Cientistas sugerem que o desejo por açúcar alimenta a demência
Dieta rica em açúcares simples e processados pode contribuir para condições de saúde que estão associadas a um maior risco de demência, como obesidade
Um antigo instinto de sobrevivência humana ainda profundamente enraizado em nossos cérebros pode estar causando o início da demência graças a um cúmplice improvável – a frutose, um tipo de açúcar.
Pesquisadores da Universidade do Colorado Anschutz dizem que esse mecanismo instintivo de alimentação, alimentado pela produção de frutose no cérebro, poderia fornecer novas pistas sobre o desenvolvimento e o possível tratamento da doença de Alzheimer.
O estudo saiu em fevereiro de 2023 no jornal científico Science Daily.
“Afirmamos que a doença de Alzheimer é impulsionada pela dieta”, afirma o principal autor do estudo, Richard Johnson, professor da Escola de Medicina da Universidade do Colorado, especializado em doenças renais e hipertensão, num comunicado à imprensa.
O professor Johnson teoriza que esta resposta de sobrevivência, que ele chama de “mudança de sobrevivência”, ajudou os humanos antigos a sobreviver a períodos de extrema escassez.
Hoje, porém, esse interruptor de sobrevivência ainda está ligado numa época de relativa abundância. Isso promove o consumo excessivo de alimentos gordurosos, açucarados e salgados, resultando na produção excessiva de frutose.
A frutose criada no cérebro pode promover inflamação e eventual doença de Alzheimer, conclui o estudo.
Por exemplo, animais que consomem frutose apresentam lapsos de memória, perda na capacidade de navegar em um labirinto e inflamação neuronal.
Quais os sintomas de Alzheimer?
- Perda de memória recente
- Dificuldade em realizar tarefas familiares
- Confusão com tempo e lugar
- Dificuldade em compreender imagens visuais e relações espaciais
- Dificuldade em encontrar palavras certas
- Mudanças de humor e personalidade
- Dificuldade em tomar decisões e resolver problemas
Estágios do Alzheimer
A progressão do Alzheimer apresenta quatro estágios: leve, moderado, grave e terminal mas cada pessoa tem uma experiência diferente com a doença.
Estágio leve: nessa fase inicial da doença, a pessoa pode funcionar de forma independente. Ele ou ela ainda pode dirigir, trabalhar e fazer parte de atividades sociais. Apesar disso, a pessoa pode sentir como se estivesse tendo lapsos de memória, como esquecer palavras familiares ou a localização de objetos do cotidiano.
Estágio moderado: é tipicamente o estágio mais longo e pode durar muitos anos. À medida que a doença progride, a pessoa com Alzheimer exigirá um maior nível de cuidado. Nessa fase, os sintomas ficam mais perceptíveis, podendo dificultar a expressão de pensamentos e a realização de tarefas rotineiras sem assistência.
Estágio grave: aqui os sintomas de demência são graves. Os indivíduos perdem a capacidade de responder ao seu ambiente, de manter uma conversa e, eventualmente, de controlar o movimento, sendo necessário cuidados extensivos.
Estágio terminal: nessa fase, o paciente fica restrito ao leito e pode apresentar incontinência fecal e urinária; pouca expressividade através da fala e dependência total de um acompanhante.