Cirurgia bariátrica pode acabar com o diabetes de pacientes obesos

Estudo recente mostra que o procedimento pode reduzir o nível de açúcar no sangue de pessoas com a doença

A realização da cirurgia bariátrica é o último recurso para casos de obesidade grave. O que se descobriu, no entanto, é que existe outro potencial benefício da cirurgia para quem tem diabetes tipo 2. 

Um estudo da Universidade de Pittsburgh, publicado terça-feira, 27 de maio, na revista JAMA, comparou os níveis de açúcar no sangue e o uso de medicamentos de 262 pessoas.

Os pesquisadores a designaram aleatoriamente para se submeterem a uma cirurgia bariátrica ou a um tratamento médico não cirúrgico, como medicamentos e mudanças de estilo de vida, para diabetes tipo 2.

O acompanhamento desses grupos durou de 7 a 12 anos. 

Ao fim do experimento, a equipe do estudo observou que a cirurgia bariátrica levou a um controle glicêmico superior em comparação com a intervenção médica/de estilo de vida.

Essas pessoas também tinham maior probabilidade de alcançar a remissão do diabetes, que é definida como níveis de açúcar no sangue de pessoas sem a doença por pelo menos três meses sem medicação.

Esses resultados, de acordo com os autores, combinados com as evidências existentes apoiam o uso da cirurgia bariátrica para o tratamento do diabetes tipo 2 em pessoas com obesidade.

Estudo recente mostra que a cirurgia bariátrica pode reduzir o nível de açúcar no sangue de pessoas com diabetes tipo 2
Créditos: NewAfrica/DepositPhotos
Estudo recente mostra que a cirurgia bariátrica pode reduzir o nível de açúcar no sangue de pessoas com diabetes tipo 2

Como é a cirurgia bariátrica?

A cirurgia é um recurso usado por quem tem sérios problemas de saúde por conta do sobrepeso e não consegue ou tem dificuldades de emagrecer de maneira natural.

O procedimento cirúrgico envolve alterações no sistema digestivo. Podendo limitar o quanto a pessoa pode comer ou reduzindo a capacidade do corpo de absorver nutrientes.

Alguns procedimentos fazem as duas coisas ao mesmo tempo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, só no Brasil, mais de 100 mil cirurgias são feitas todos os anos. Isso coloca o país na segunda posição nesse tipo de procedimento, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

Embora a bariátrica possa parecer uma solução mágica, como toda cirurgia, ela pode representar sérios riscos e efeitos colaterais. Por isso, os pacientes devem recorrer com consciência e com orientação médica.

Quais os possíveis riscos da cirurgia bariátrica?

  • Sangramento excessivo
  • Infecção
  • Reações adversas à anestesia
  • Coágulos de sangue
  • Problemas pulmonares ou respiratórios
  • Vazamentos no sistema gastrointestinal
  • Morte (rara)

Quais os tipos de cirurgia bariátrica?

Existem três tipos de cirurgia bariátrica: restritivas, disabsortivas e mistas.

As cirurgias que apenas diminuem o tamanho do estômago são chamadas do tipo restritivo.

Já as disabsortivas usam uma técnica que permite ao paciente comer, mas atrapalha a absorção dos nutrientes, o que leva a pessoa ao emagrecimento.

Elas também são conhecidas como “desvios do intestino”, pois desviam uma boa parte do caminho que os alimentos têm que passar, desta forma, fazendo um circuito menor e propiciando uma absorção menor dos nutrientes.

Esse tipo de cirurgia irá exigir uma necessidade de controle mais rígido quanto a distúrbios nutricionais do paciente.

Nas cirurgias mistas, as duas técnicas são associadas. Portanto, há a redução do tamanho do estômago e um desvio do trânsito intestinal.