Cirurgia de enxaqueca tem 88% de sucesso contra dor
Procedimento é pouco invasivo e paciente pode retomar suas atividades dentro de 7 a 10 dias
Pesquisas realizadas em Cleveland, nos Estados Unidos, mostram que o índice de sucesso da cirurgia de enxaqueca chega a 88%, entre cura total e melhora na dor.
Um estudo com 89 pacientes com indicação de cirurgia de enxaqueca acompanhou 69 deles por cinco anos. Desse total, 88% tiveram uma resposta positiva à cirurgia, sendo que 29% relataram a eliminação completa da enxaqueca e 59% observaram uma diminuição significativa da frequência, dor e intensidade da enxaqueca. O restante não teve mudança significativa.
Esse tipo de cirurgia foi descoberto em 2000 por acaso pelo médico Bahman Guyuron. Alguns de seus pacientes relatavam que as dores de cabeça melhoravam muito depois das cirurgias estéticas na região frontal ou superior da face. Guyuron passou, então, a estudar e desenvolver a cirurgia de enxaqueca.
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Para quem é indicada?
“O procedimento é indicado para os pacientes que mesmo tomando remédios não se sentem bem por conta dos efeitos colaterais da medicação ou mesmo porque as dores ainda persistem”, explica o médico cirurgião plástico Paolo Rubez.
O primeiro passo para a realização da cirurgia de enxaqueca é fazer uma análise detalhada do paciente através de uma pesquisa, entendendo como é a dor, respectiva localização e tratamentos prévios.
Paolo Rubez explica que “as cirurgias são pouco invasivas e têm o objetivo de descomprimir e liberar os ramos dos nervos trigêmeo e occipital envolvidos nos pontos de dor”.
O conceito por trás dos procedimentos é de que os ramos periféricos destes nervos, responsáveis pela sensibilidade da face, pescoço e couro cabeludo, são irritados pela compressão das estruturas ao seu redor, como músculos, vasos, ossos e fáscias. Isto gera a liberação de neurotoxinas que desencadeiam uma cascata de eventos responsáveis pela inflamação dos nervos e membranas ao redor do cérebro, que irão causar os sintomas de dor intensa, náuseas, vômitos, sensibilidade à luz e ao som.
Existem seis tipos principais de cirurgia nas regiões : frontal, temporal, rinogênico e occipital. A frontal é a mais comum e é realizada em pacientes que têm o início das dores na região dos supercílios. São feitas incisões nas pálpebras superiores ou no couro cabeludo.
Na temporal, as incisões são realizadas no couro cabeludo. Na rinogênico a cirurgia é realizada por dentro do nariz e destinada aos pacientes que apresentam dores que se iniciam atrás dos olhos. O último tipo, o occipital, corresponde às dores atrás da cabeça ou na nuca, que podem ser causadas pela irritação de diversos nervos.
Duração e pós-operatório
As cirurgias são realizadas em ambiente hospitalar e sob anestesia geral. Em alguns casos usa-se a local. A duração é de cerca de 1 a 2 horas para cada nervo tratado e o paciente tem alta no mesmo dia. De acordo com o médico cirurgião, o pós-operatório não é muito doloroso. Os pacientes apresentam um pouco de inchaço e equimose (roxidão) nos locais operados. Em geral, podem retomar suas atividades diárias dentro de 7 a 10 dias, evitando apenas exercícios físicos e peso por no mínimo um mês.
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