Coçar os olhos pode provocar doença ocular, alerta oftalmologista

Hábito pode causar desde conjuntivite até doença grave que compromete a visão

Hábito de coçar os olhos é perigoso e pode alterar formato da córnea
Hábito de coçar os olhos é perigoso e pode alterar formato da córnea

Levar as mãos aos olhos para coçar muitas vezes é algo instintivo que muitos fazem sem pensar. Seja por algum incômodo ou irritação. O problema é que esse hábito simples envolve riscos, principalmente quando se esfrega com força a região.

De acordo com o oftalmologista Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, os danos vão de moderado a grave. Um dos problemas que afetam não exatamente os olhos, mas sua aparência, é romper os pequenos vasos sanguíneos que circundam todo globo ocular, formando bolsas de sangue que podem escurecer a pele em toda essa região.

Um problema mais grave é que a mão – geralmente em contato com germes e bactérias – pode facilitar a transmissão de conjuntivite, por exemplo. Mas o mais grave mesmo é que quem coça muito os olhos tem chances bastante aumentadas de desenvolver ceratocone, uma doença ocular não inflamatória que afeta o formato e a espessura da córnea, provocando distorções na visão.

“Estudos comprovam que pessoas que esfregam frequentemente os olhos, empregando alguma força nesses movimentos, são mais suscetíveis a alterações da córnea – que vai afinando e se tornando mais cônica. Ou seja, além de aumentar o astigmatismo (imperfeição no formato da curvatura da córnea), impedindo a luz de entrar homogeneamente e resultando em distorções e borrões na imagem final, essa coceira pode causar ceratocone – com perda acentuada da acuidade visual”, diz Neves.

Tipos de ceratocone:

Ceratocone muda o formato da córnea
Ceratocone muda o formato da córnea

O ceratocone costuma aparecer sorrateiramente como uma miopia e astigmatismo, mas – em alguns casos – pode evoluir rapidamente. De acordo com o oftalmologista, a forma mais grave da patologia pode inclusive causar a perda de visão, que se resolve somente com transplante de córnea, que tem cobertura pelo SUS.

A doença pode ser classificada em cinco etapas:

1) inicial;

2) moderada e estável;

3) moderada em evolução;

4) avançada;

5) avançada com opacidades (forma mais grave)

O médico alerta que o quanto antes for realizado o diagnóstico, maiores são as chances de interromper a progressão da doença e do tratamento ser bem-sucedido.

Leia também: