Como os analgésicos funcionam e por que são tão viciantes?

Medicamento varia em potência, eficácia e até no risco de dependência; saiba mais sobre o assunto

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
23/01/2025 18:00

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Os analgésicos são verdadeiros aliados no combate à dor, oferecendo alívio sem mergulhar a pessoa na inconsciência. Eles funcionam como um “escudo químico”, interagindo com o sistema nervoso para bloquear ou alterar a forma como o corpo percebe a dor.

Porém, nem todos os analgésicos são iguais. Eles variam em potência, eficácia e até no risco de dependência. Existem três grandes categorias: os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), o paracetamol e os opioides. Cada um segue um caminho único para aliviar o sofrimento.

Os três caminhos para o alívio da dor

  • AINEs – Domando a inflamação na fonte

Esses medicamentos são como guardiões que bloqueiam a enzima COX, uma peça-chave na produção de prostaglandinas – substâncias que desencadeiam inflamação e dor. Exemplos incluem ibuprofeno, diclofenaco e naproxeno. Curiosamente, a aspirina, embora também seja um AINE, muitas vezes é utilizada em doses baixas para evitar a formação de coágulos em pessoas com histórico de problemas cardíacos.

  • Paracetamol – O alívio silencioso

O paracetamol é um mistério fascinante no mundo dos analgésicos. Seu mecanismo exato ainda intriga os cientistas, mas acredita-se que ele atua no sistema nervoso central, interferindo na transmissão dos sinais de dor. Ao contrário dos AINEs, não oferece ação anti-inflamatória significativa, mas cumpre sua missão de forma eficaz para dores leves e moderadas.

  • Opioides – O poder e o perigo

Os opioides são os gigantes dos analgésicos, atuando diretamente no sistema nervoso central para lidar com dores intensas. Contudo, essa força vem com um custo: um alto potencial de dependência. Exemplos como morfina, tramadol e oxicodona são eficazes, mas exigem prescrição rigorosa e cuidado redobrado.

A tênue linha entre alívio e dependência

A dependência, especialmente relacionada aos opioides, surge de dois mecanismos principais:

Efeito analgésico: Os opioides se conectam a receptores no cérebro, alterando a percepção da dor. Com o uso prolongado, o corpo se ajusta, criando uma necessidade crescente da substância para manter o equilíbrio.

Efeito eufórico: Além de aliviar a dor, os opioides podem provocar uma sensação de euforia, fruto da liberação de dopamina. Esse efeito, embora menos relevante para quem sofre de dores crônicas, pode ser um gatilho poderoso para a dependência em outros casos.

Quem está no grupo de risco?

Qualquer pessoa pode ser afetada, mas aqueles com histórico de abuso de substâncias, condições psiquiátricas ou que recorrem à automedicação estão em maior perigo. Tomar analgésicos sem orientação médica é como caminhar em um campo minado: os riscos vão desde tratamentos inadequados até a dependência, muitas vezes percebida tarde demais.

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