Estudo revela de que forma o trabalho ajuda a prevenir demência
Estudo analisou como os trabalhos podem ajudar a prevenir problemas cognitivos; veja práticas que mantêm a saúde cerebral
O impacto dos estímulos mentais adquiridos pelo trabalho é um fator fundamental para a manutenção da saúde cognitiva ao longo dos anos.
Uma pesquisa revela como as funções laborais que desafiam o intelecto contribuem significantemente para a preservação da memória e outras funções cerebrais em idades avançadas.
Como diminuir o risco de demência?
Segundo o estudo, publicado na revista Neurology, indivíduos que exercem funções que demandam criatividade e raciocínio proporcionam ao cérebro um nível de estímulo que pode prevenir condições como demência e comprometimento cognitivo leve após os 70 anos.
A pesquisa mostra que pessoas em ocupações menos exigentes mentalmente apresentam riscos significativamente maiores dessas condições.
No final, 42% dos voluntários que trabalhavam com menos estímulos mentais acabaram sendo diagnosticados com comprometimento cognitivo leve. Enquanto isso, apenas 27% dos que trabalhavam nos cargos mais estimulantes cognitivamente tiveram o mesmo diagnóstico.
Como foi conduzido o estudo sobre a influência do trabalho na saúde mental?
Os cientistas analisaram a complexidade das tarefas diárias desses indivíduos, considerando tanto o trabalho manual quanto mental.
Por exemplo, o cargo de professor entrou na classificação de empregos mais estimulantes, enquanto aqueles que envolvem tarefas repetitivas entraram na lista de empregos menos estimulantes.
Por fim, áreas que envolviam análise e interação interpessoal acabaram apontadas como mais propensas a proporcionar os benefícios cognitivos observados.
Para chegar a essas conclusões, a pesquisa contou com cerca de sete mil voluntários noruegueses, trabalhando em 305 ocupações distintas.
O que mais pode ajudar a prevenir demência?
Além das atividades laborais, o estudo também apontou a educação como um fator de proteção contra o declínio cognitivo.
Aproximadamente 60% do efeito protetor notado entre aqueles em funções intelectualmente estimulantes pode ser atribuído a níveis mais elevados de educação formal. Isso sugere que a formação acadêmica pode construir uma reserva cognitiva que ajuda a mitigar os efeitos do envelhecimento cerebral.
O estudo sublinha a importância de uma abordagem holística para a saúde mental, que inclui a educação continuada e a escolha de carreiras desafiadoras mentalmente, não apenas nos anos formativos, mas ao longo de toda a vida profissional.
“Não é que você está condenado ou não está – podemos capacitar as pessoas para sua saúde cognitiva posterior com educação e tarefas que sejam cognitivamente estimulantes”, afirmou Trine Edwin, autora do estudo.
Afinal, como colocar estímulos para o cérebro na rotina diária?
- Participar de workshops e cursos relacionados à sua área de trabalho;
- Resolver quebra-cabeças e jogos de lógica;
- Engajar-se em tarefas voluntárias que requerem planejamento e estratégia;
- Por fim, ler e se manter atualizado sobre diversos tópicos.
Essas atividades são maneiras adicionais de manter o cérebro engajado e ativo, contribuindo para uma reserva cognitiva que pode ser crucial na terceira idade.
O estudo conclui ressaltando que atividades intelectualmente estimulantes são essenciais para um envelhecimento saudável e aponta a necessidade de políticas públicas que fomentem ambientes de trabalho e educacionais que estimulem o pensamento crítico e a criatividade.