Conheça a variante mais letal da mpox que acende alerta da OMS

Uma cepa aparentemente mais perigosa do vírus mpox está circulando rapidamente em vários países, com o primeiro caso relatado fora da África

19/08/2024 21:02 / Atualizado em 21/08/2024 10:02

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária global, após uma nova cepa mais letal  e transmissível de mpox provocar surtos em países da África.

Um dia após a declaração de emergência, o primeiro caso foi registrado fora do continente africano, na Suécia. 

Autoridades de saúde suecas disseram que a pessoa foi infectada enquanto estava na África e está recebendo tratamento.

Para especialistas em saúde, era apenas uma questão de tempo até que a nova cepa se estendesse além do continente africano.

A nova cepa mpox que se espalha agora é diferente daquela de 2022
A nova cepa mpox que se espalha agora é diferente daquela de 2022 - lightsource/DepositPhotos

O que é a cepa letal da mpox?

A mpox é uma infecção viral que pode se espalhar entre pessoas, principalmente por meio de contato próximo.

O vírus é classificado em dois grupos distintos: clado 1 e clado 2. 

A cepa do vírus por trás do surto atual é a clado 1b uma nova variante do clado 1 que é endêmica na República Democrática do Congo.

O clado 1b parece se espalhar mais facilmente por meio de contato próximo, incluindo contato sexual. Essa linhagem causa um quadro clínico mais grave e por isso, sua mortalidade é maior.

A cepa responsável pelo surto de 2022 foi a clado 2, que é mais branda. Ela se tornou relevante por adquirir a capacidade de disseminação sexual, o que levou à mutação conhecida como clado 2b.

Quais os sinais e sintomas de infecção pela variante mais letal de mpox?

A doença geralmente começa com uma erupção cutânea que progride para pequenas saliências na pele, seguidas por bolhas que se enchem de fluido esbranquiçado — uma marca registrada da doença — e eventualmente formam crostas.

As pessoas também podem sentir febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, cansaço e gânglios linfáticos inchados.

Esses sintomas geralmente desaparecem por conta própria em algumas semanas.

Mas em casos graves, as pessoas podem desenvolver lesões maiores e mais disseminadas, infecções bacterianas secundárias, pneumonia, inflamação cardíaca ou inchaço do cérebro.

Pessoas imunocomprometidas podem desenvolver sintomas atípicos e ter um risco maior de hospitalização e morte. 

Historicamente, as lesões de mpox tendem a aparecer no rosto, peito, palmas das mãos e solas dos pés.

Mas durante o surto de 2022, as pessoas frequentemente desenvolveram lesões ao redor da região genital e anal ou dentro da boca e garganta. Alguns casos dessa natureza também foram detectados no atual surto no Congo. 

Como essa versão do mpox se espalha?

A mpox se espalhou historicamente de algumas maneiras. A primeira é por meio do contato pessoal próximo com uma pessoa infectada, como contato pele a pele com erupções cutâneas ou com saliva ou muco.

A segunda é por meio do contato com materiais contaminados. E a terceira é o contato com animais infectados: caçando, capturando ou cozinhando-os, tocando em roedores doentes ou sendo mordido ou arranhado. 

Em 2022, a versão do clado 2 que se espalhou globalmente, chamada de clado 2b, foi transmitida principalmente por meio do contato sexual, principalmente entre homens que fazem sexo com homens.

Na República Democrática do Congo, recentemente, o clado 1b também tem se espalhado por meio do contato sexual. 

Há evidências iniciais de que o clado 1b tem certas propriedades que permitem que ele se espalhe mais facilmente de pessoa para pessoa.

Como uma pessoa com mpox contamina a outra?

A transmissão de mpox de pessoa para pessoa pode ocorrer por meio do contato direto com a pele infectada ou outras lesões, como na boca ou nos órgãos genitais; isso inclui o contato que é:

  • cara a cara (falando ou respirando)
  • pele a pele (toque ou sexo vaginal/anal)
  • boca a boca (beijo)
  • contato boca-pele (sexo oral ou beijo na pele)
  • gotículas respiratórias ou aerossóis de curto alcance provenientes de contato próximo prolongado

O vírus  entra no corpo através de pele rompida, superfícies mucosas (por exemplo, oral, faríngea, ocular, genital, anorretal) ou via trato respiratório.