Conheça a variante mais letal da mpox que acende alerta da OMS
Uma cepa aparentemente mais perigosa do vírus mpox está circulando rapidamente em vários países, com o primeiro caso relatado fora da África
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou emergência sanitária global, após uma nova cepa mais letal e transmissível de mpox provocar surtos em países da África.
Um dia após a declaração de emergência, o primeiro caso foi registrado fora do continente africano, na Suécia.
Autoridades de saúde suecas disseram que a pessoa foi infectada enquanto estava na África e está recebendo tratamento.
Para especialistas em saúde, era apenas uma questão de tempo até que a nova cepa se estendesse além do continente africano.
O que é a cepa letal da mpox?
A mpox é uma infecção viral que pode se espalhar entre pessoas, principalmente por meio de contato próximo.
O vírus é classificado em dois grupos distintos: clado 1 e clado 2.
A cepa do vírus por trás do surto atual é a clado 1b uma nova variante do clado 1 que é endêmica na República Democrática do Congo.
O clado 1b parece se espalhar mais facilmente por meio de contato próximo, incluindo contato sexual. Essa linhagem causa um quadro clínico mais grave e por isso, sua mortalidade é maior.
A cepa responsável pelo surto de 2022 foi a clado 2, que é mais branda. Ela se tornou relevante por adquirir a capacidade de disseminação sexual, o que levou à mutação conhecida como clado 2b.
Quais os sinais e sintomas de infecção pela variante mais letal de mpox?
A doença geralmente começa com uma erupção cutânea que progride para pequenas saliências na pele, seguidas por bolhas que se enchem de fluido esbranquiçado — uma marca registrada da doença — e eventualmente formam crostas.
As pessoas também podem sentir febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, cansaço e gânglios linfáticos inchados.
Esses sintomas geralmente desaparecem por conta própria em algumas semanas.
Mas em casos graves, as pessoas podem desenvolver lesões maiores e mais disseminadas, infecções bacterianas secundárias, pneumonia, inflamação cardíaca ou inchaço do cérebro.
Pessoas imunocomprometidas podem desenvolver sintomas atípicos e ter um risco maior de hospitalização e morte.
Historicamente, as lesões de mpox tendem a aparecer no rosto, peito, palmas das mãos e solas dos pés.
Mas durante o surto de 2022, as pessoas frequentemente desenvolveram lesões ao redor da região genital e anal ou dentro da boca e garganta. Alguns casos dessa natureza também foram detectados no atual surto no Congo.
Como essa versão do mpox se espalha?
A mpox se espalhou historicamente de algumas maneiras. A primeira é por meio do contato pessoal próximo com uma pessoa infectada, como contato pele a pele com erupções cutâneas ou com saliva ou muco.
A segunda é por meio do contato com materiais contaminados. E a terceira é o contato com animais infectados: caçando, capturando ou cozinhando-os, tocando em roedores doentes ou sendo mordido ou arranhado.
Em 2022, a versão do clado 2 que se espalhou globalmente, chamada de clado 2b, foi transmitida principalmente por meio do contato sexual, principalmente entre homens que fazem sexo com homens.
Na República Democrática do Congo, recentemente, o clado 1b também tem se espalhado por meio do contato sexual.
Há evidências iniciais de que o clado 1b tem certas propriedades que permitem que ele se espalhe mais facilmente de pessoa para pessoa.
Como uma pessoa com mpox contamina a outra?
A transmissão de mpox de pessoa para pessoa pode ocorrer por meio do contato direto com a pele infectada ou outras lesões, como na boca ou nos órgãos genitais; isso inclui o contato que é:
- cara a cara (falando ou respirando)
- pele a pele (toque ou sexo vaginal/anal)
- boca a boca (beijo)
- contato boca-pele (sexo oral ou beijo na pele)
- gotículas respiratórias ou aerossóis de curto alcance provenientes de contato próximo prolongado
O vírus entra no corpo através de pele rompida, superfícies mucosas (por exemplo, oral, faríngea, ocular, genital, anorretal) ou via trato respiratório.