Conheça o vírus Nipah que matou jovem e acende alerta no mundo
A doença altamente fatal é classificada como patógeno prioritário pela OMS
A morte de um adolescente de 14 anos no último domingo na Índia acendeu o alerta para o vírus Nipah.
Autoridades de saúde do estado de Kerala, no sul do país, estão rastreando cerca de 350 pessoas que entraram em contato com a vítima de Nipah. Pelo menos seis contatos estão apresentando alguns sintomas.
O surto foi detectado no sábado, quando o adolescente testou positivo. Apenas um dia depois, ele morreu após sofrer uma parada cardíaca.
A doença altamente fatal, que inspirou o filme de Hollywood “Contágio”, está no topo da lista de dez doenças prioritárias que a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou como fontes potenciais de epidemias futuras.
O que é vírus Nipah?
Trata-se de uma doença zoonótica, ou seja, transmitida de um animal para o humano.
Normalmente a transmissão do vírus ocorre a partir da ingestão de frutas contaminadas com saliva ou urina de morcegos infectados, que são reservatórios naturais desse vírus.
A transmissão também pode ocorrer diretamente de pessoa para pessoa ou a partir do contato com porcos infectados.
Histórico de surtos
Desde sua descoberta em 1999, na Malásia, entre criadores de porcos, o vírus tem provocado alguns surtos na Ásia entre humanos.
O estado indiano de Kerala já enfrentou um surto mortal deste vírus em 2018, quando 17 pessoas morreram e houve pânico geral entre a população. Mais de 230 pessoas foram testadas na época, como parte de uma operação de rastreamento de contatos.
Em 2019, mais um episódio ocorreu no estado, quando um homem testou positivo para o vírus, e em 2021, o Nipah tirou a vida de um menino de 12 anos.
No ano passado, pelo menos duas pessoas morreram contaminadas.
Além da Índia e da Malásia, casos já houve casos também na Indonésia. No Brasil, não há nenhum registro até hoje.
Sintomas da infeção pelo vírus Nipah
Os sintomas da doença respiratória variam. Geralmente começa com febre, dor de cabeça ou mialgia antes de evoluir para tontura ou confusão, o que sinaliza inflamação cerebral. Em casos graves, as pessoas entram em coma em 24 horas.
Dos que sobrevivem, cerca de 20% ficam com condições neurológicas de longo prazo, incluindo alterações de personalidade ou distúrbios convulsivos.
Acredita-se que o período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) varie de 4 a 14 dias.
A taxa de letalidade é de 40% a 75%. Não existe tratamento específico, apenas o de suporte para alívio dos sintomas.