Consumo deste tipo de alimento pode mais que dobrar risco de Parkinson

Nova pesquisa revela que hábitos alimentares estão diretamente ligados aos primeiros sinais da doença neurológica

10/06/2025 07:09

Se você abusa de ultraprocessados, seu cérebro pode estar em perigo, segundo a ciência
Se você abusa de ultraprocessados, seu cérebro pode estar em perigo, segundo a ciência - mr.suphachai praserdumrongchai/istock

Um novo estudo publicado na revista Neurology revelou um dado alarmante: consumir grandes quantidades de alimentos ultraprocessados pode mais que dobrar o risco de desenvolver sinais precoces da doença de Parkinson.

A pesquisa acompanhou mais de 42 mil pessoas por até 26 anos e descobriu que quem consome, em média, 11 porções diárias de ultraprocessados tem 2,5 vezes mais chances de apresentar sintomas iniciais da condição neurológica, em comparação com quem consome apenas três porções por dia.

O que é considerado uma porção de ultraprocessado?

O estudo define uma porção como:

  • 237 ml de refrigerante (diet ou normal)
  • 1 cachorro-quente
  • 1 fatia de bolo industrializado
  • 1 colher de sopa de ketchup
  • 28g de batatas fritas (um saquinho tem, em média, 42g)

O problema é que esses alimentos, aparentemente inofensivos, são comuns na rotina de milhões de pessoas.

Sintomas precoces de Parkinson podem surgir décadas antes

Os pesquisadores observaram uma ligação direta entre a dieta rica em ultraprocessados e o surgimento de sintomas prodrômicos do Parkinson, que podem aparecer anos antes do diagnóstico formal. Entre eles estão:

  • Dores musculares frequentes
  • Constipação crônica
  • Depressão persistente
  • Dificuldade para sentir cheiros e distinguir cores
  • Sonolência diurna excessiva
  • Distúrbios do sono REM (se mexer muito durante os sonhos)

Esses sinais indicam que o cérebro já pode estar sofrendo os impactos da doença, muito antes que os sintomas motores clássicos (como tremores) apareçam.

A escolha consciente de alimentos minimamente processados ajuda a reduzir o risco
A escolha consciente de alimentos minimamente processados ajuda a reduzir o risco - RealPeopleGroup/istock

Por que os ultraprocessados afetam a saúde do cérebro?

Os alimentos ultraprocessados são ricos em açúcares, gorduras saturadas e trans, sal em excesso e aditivos químicos (corantes, conservantes, estabilizantes).  Ao mesmo tempo, são pobres em fibras, vitaminas e minerais essenciais.

Essa combinação provoca inflamação crônica, estresse oxidativo e desequilíbrio na microbiota intestinal, que são gatilhos conhecidos para a degeneração dos neurônios — principal característica do Parkinson e de outras doenças neurodegenerativas.

Saúde do cérebro começa no prato

Os autores do estudo reforçam: uma alimentação saudável é uma das melhores estratégias para proteger o cérebro a longo prazo. Segundo Xiang Gao, diretor do Instituto de Nutrição da Universidade Fudan, na China, “reduzir o consumo de alimentos processados e adotar uma dieta rica em alimentos integrais pode ser uma estratégia eficaz para manter o cérebro saudável e retardar possíveis sinais da doença.”

O que evitar e o que priorizar na dieta

Evite ou reduza:

  • Refrigerantes, sucos artificiais e bebidas adoçadas
  • Biscoitos, bolos e doces industrializados
  • Molhos prontos, ketchup, maionese e condimentos processados
  • Lanches salgados embalados (chips, snacks)
  • Produtos ultracongelados prontos para consumo

Priorize:

  • Frutas, verduras e legumes frescos
  • Grãos integrais (arroz integral, aveia, quinoa)
  • Nozes, castanhas e amêndoas
  • Carnes magras, ovos e leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico)
  • Alimentos minimamente processados e frescos