É possível se contaminar mais de uma vez pela Ômicron?
Pesquisadores ainda analisam o comportamento da variante que oferece riscos maiores para os não vacinados
Se você foi contaminado recentemente pela covid-19, é provável que tenha sido pela variante Ômicron, que está em alta circulação no país. A dúvida que fica após a recuperação é a seguinte: é possível se contaminar mais de uma vez pela variante?
Ainda é cedo para ter respostas definitivas, afinal, a variante é recente, começou a se propagar há cerca de dois meses no mundo.
Porém, de acordo com Stanley Weiss, do Departamento de Epidemiologia da Rutgers School of Public Health, sim, é possível se contaminar pela Ômicron uma segunda vez.
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Ele cita uma conferência recente com a presença de um virologista na África do Sul, que disse que os médicos do país viram várias pessoas que tiveram reinfecções pela Ômicron. “A Ômicron é altamente contagiosa e não parece induzir uma imunidade protetora fantástica”, disse Weiss.
O que já se sabe, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é que a taxa de reinfecção da Ômicron após uma covid prévia por outra cepa é de fato maior.
O alerta foi feito em relatório um recente sobre o avanço da variante baseado em uma análise da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido feita em conjunto com o Conselho de Pesquisa Médica (MRC) da Unidade de Bioestatística da Universidade de Cambridge.
O estudo demonstrou que o risco de reinfecção por covid-19 pela Ômicron é seis vezes maior entre os não vacinados e cinco vezes menor entre vacinados.
“Isso acontece porque a Ômicron tem uma capacidade aumentada de evadir a imunidade em comparação com as variantes anteriores, causando reinfecções naqueles que tiveram uma infecção anterior e naqueles que foram vacinados e ainda mais nos que não completaram o esquema vacinal”, informou o relatório.
Imunidade protege por um tempo
Vale dizer que essa reinfecção é mais difícil de ocorrer nos meses seguintes após a recuperação porque os anticorpos ainda estão mais resistentes no organismo. Isso é o que os cientistas já observaram com as cepas anteriores.
O tempo que essa proteção vai durar não é possível determinar ao certo, isso pode depender – entre muitos fatores – da resposta imune individual.
Também conta a imunidade híbrida, que é quando a pessoa possui os anticorpos gerados pela própria doença e também pelas doses das vacinas.