Coquetel contra covid-19 recebe autorização emergencial da Anvisa
Medicamentos de aplicação intravenosa terão uso restrito a hospitais
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira, 20, a autorização de uso emergencial do coquetel contra a covid-19, formado pelos anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe.
Em nota oficial, a Anvisa destaca que esses medicamentos não previnem a doença, mas auxiliam no tratamento.
Segundo a Agência, a indicação do coquetel é para quadros leves e moderados da doença, em adultos e pacientes pediátricos (12 anos ou mais) com infeção por Sars-CoV-2 confirmada por laboratório, e que possuem alto risco de progredir para formas graves da doença.
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Pacientes internados com a covid-19 ou que necessitam de oxigênio de alto fluxo ou ventilação mecânica em seus tratamentos não estão autorizados para uso do coquetel. De acordo com dados do estudo clínico, os anticorpos não demonstraram benefício nesses pacientes, podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados.
Os dois remédios experimentais desenvolvidos pela farmacêutica Roche são de aplicação intravenosa e não serão vendidos nas farmácias, estarão restritos a hospitais.
Essa terapia já foi aprovada nos Estados Unidos, Suíça e Canadá e recentemente teve seu uso recomendado pela EMA, agência que regula medicamentos na União Europeia. Segundo estudos, o coquetel reduz em cerca de 70% risco de hospitalização e morte pela doença
Os possíveis efeitos colaterais incluem anafilaxia (reação alérgica aguda), febre, calafrios, urticária, coceira e rubor. De acordo com a Anvisa, a segurança e a eficácia dos anticorpos continuam a ser avaliadas por meio de estudos que estão em andamento.
“Esse medicamento se torna o segundo aprovado pela Anvisa, com indicações de uso especificamente contra a Covid-19, reforçando o arsenal terapêutico disponibilizado à sociedade para o enfrentamento dessa pandemia, fazendo coro com as 5 vacinas já autorizadas pela Anvisa. Entretanto, é importante que toda a atuação regulatória da Anvisa para a aprovação de medicamentos e vacinas, beneficie a todos em qualquer lugar do país, mantendo a esperança de todos e a validade da nossa luta pelo acesso e pela saúde pública”, destacou a diretora relatora, Meiruze Freitas, durante a 6ª Reunião Extraordinária Pública da Diretoria Colegiada (Dicol).