Covid-19: internações de crianças aumentam 47% na rede privada de SP

Pesquisa aponta que esses pacientes mais jovens têm apresentado quadros mais graves e com rápida progressão

O perfil dos pacientes internados com covid-19 tem mudado. No estado de São Paulo, uma pesquisa aponta que o número de internações de crianças e adolescentes por causa da doença aumentou 47% em hospitais da rede privada. Os dados foram divulgados pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (SindHosp).

O estudo analisou dados de 93 hospitais de 12 das 17 regiões do estado de São Paulo entre os dias 8 e 11 de março. A pesquisa não revelou o número de absoluto de jovens internados.

Número de internações de crianças aumenta 47% em SP
Créditos: Rovena Rosa/Agência Brasil
Número de internações de crianças aumenta 47% em SP

Esses pacientes mais jovens também apresentam quadros mais graves e com rápida progressão da doença, segundo a pesquisa.

De acordo com o site do governo estadual, três hospitais infantis administrados pela prefeitura da capital paulista registravam 28 pacientes internados no dia 11 de março, sete deles em estado grave.

No Hospital Municipal Menino Jesus, havia ontem sete pacientes internados, sendo que quatro estavam em unidades de terapia intensiva (UTI). Já no hospital infantil Darcy Vargas eram sete os internados, sendo um em UTI. No Hospital Infantil Candido Fontoura São Paulo eram 14 os internados, sendo dois em UTIs.

Hospitais lotados

A mesma pesquisa do SindHosp também aponta que no mesmo período também houve um aumento de 99% de internações por covid-19 de pacientes de todas as idades em  93 hospitais pesquisados.

Os dados mostram que 74% dos hospitais tiveram que aumentar o número de leitos clínicos destinados à covid-19 e 89% aumentaram o número de leitos de UTI para atendimento da covid-19.

O aumento nas internações tem impacto direto nas taxas de ocupação dos leitos. 72% dos hospitais dizem estar com taxa de ocupação dos leitos de UTI entre 96% e 100% e 10% estão com taxa de ocupação entre 91% a 95%, ou seja, 82% apresentam ocupação entre 91% e 100%.

Já nos leitos clínicos, 65% dos hospitais afirmam estar com taxas de ocupação entre 91% e 100%. “Temos uma situação de gravidade da pandemia e da ocupação de leitos nunca antes vista, desde março do ano passado. Precisamos reforçar os protocolos de prevenção e acelerar o processo de vacinação. Não há outro caminho”, destaca o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.