Creme para mãos produzido no Brasil é capaz de inativar vírus mpox
Testes em laboratório mostraram que o produto confere uma proteção de até 4 horas
Um creme antisséptico para as mãos desenvolvido no Brasil demonstrou eficácia na proteção contra o vírus da mpox.
Em testes conduzidos pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o “Phitta Cream” conseguiu inativar e eliminar o MPXV, vírus responsável pela doença, além de suas variantes, por até quatro horas.
Os resultados estão disponíveis neste link.
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O que contém no creme?
O creme contém um princípio ativo chamado Phtalox, desenvolvido com nanotecnologia pelo Instituto de Química da USP.
Esse composto é uma forma de oxigênio derivada do corante natural ftalocianina, que atua no capsídeo do vírus, provocando sua oxidação.
De acordo com os pesquisadores, isso destrói a camada superficial do micro-organismo, suficiente para inativá-lo.
Essa proteção também é eficaz contra a nova cepa da mpox, que é mais transmissível e apresenta maior taxa de mortalidade.
O que é a mpox?
A mpox é uma zoonose causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A essa família, também pertencem os vírus da varíola e o vírus Vaccínia, a partir do qual a vacina contra varíola foi desenvolvida.
O vírus pode espalhar-se através de contato próximo, como toque, beijo ou sexo, bem como através de materiais contaminados como lençóis, roupas e agulhas, segundo a OMS.
Os sintomas incluem febre, erupção cutânea dolorosa, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, baixa energia e gânglios linfáticos aumentados.
Existe vacina contra mpox?
Atualmente, existem duas vacinas aprovadas em vários países para prevenir a infecção pelo vírus mpox: a Jynneos e a ACAM 2000.
A Jynneos é da farmacêutica dinarmaquesa Bavarian Nordic e composta pelo vírus atenuado. Ela possui efeitos colaterais considerados leves, como dor no local da aplicação, vermelhidão e inchaço.
Já a ACAM 2000, da americana Emergent BioSolutions, possui diversas contraindicações e mais efeitos colaterais por ser composta pelo vírus ativo. Dessa forma, ela é menos segura.
As vacinas são aplicadas em duas doses, mas a OMS não recomenda a imunização em massa contra a mpox, neste momento.
A vacina é especialmente recomendada para pessoas em risco elevado de exposição ao vírus, como profissionais de saúde e indivíduos que tiveram contato com casos confirmados.