Paciente com diabetes tipo 2 é curado em experimento; entenda

Veja como o tratamento do diabetes avançou com células-tronco em Xangai, prometendo uma nova era na medicina

Diabetes tipo 2: cura da doença utilizada com paciente em experimento
Créditos: iStock/Marco_Piunti
Diabetes tipo 2: cura da doença utilizada com paciente em experimento

Recentemente, uma notícia da cidade de Xangai trouxe esperança a milhões de pacientes ao redor do mundo que sofrem com diabetes.

Uma equipe médica do Hospital Shanghai Changzheng realizou, com sucesso, o primeiro tratamento que curou um paciente com diabetes tipo 2 por meio de transplante autólogo de células pancreáticas derivadas de células-tronco.

Quem tem diabete tipo 2 pode ser curado?

O marco na medicina regenerativa envolveu a reprogramação das células mononucleares do sangue periférico do paciente em células-tronco pluripotentes induzidas.

Estas células, mais tarde, foram usadas para reconstruir as ilhotas pancreáticas do homem de 59 anos, que sofria com a doença há 25 anos. Curiosamente, após 33 meses da intervenção, ele mantém-se livre do uso de insulina.

O principal pesquisador do projeto, Yin Hao, destacou que essa tecnologia não apenas representa um avanço significativo na compreensão da medicina regenerativa. Mas também estabelece um novo horizonte para tratamentos similares no futuro, especialmente considerando a prevalência global do diabetes e sua resistência a outros tratamentos.

Qual a importância deste avanço para o futuro do tratamento do diabetes?

Milhões de pessoas ao redor do mundo vivem com diabetes, uma condição que pode resultar em complicações, como cegueira e insuficiência renal.

No Brasil, de acordo com a última pesquisa Vigitel, realizada em 2020 por meio do Ministério da Saúde, aproximadamente 7,4% da população, equivalente a 15,5 milhões de pessoas, acaba afetada pela doença, sendo o diabetes tipo 2 a mais prevalente entre os diagnósticos

O novo método minimiza invasivas e múltiplas injeções diárias, representando uma alternativa potencialmente mais duradoura e menos dolorosa.

Após o tratamento, o paciente teve a função de suas ilhotas pancreáticas restauradas, assim como a estabilidade da função renal.

Exames periódicos confirmam a eficácia do procedimento, sugerindo significativa melhoria na qualidade de vida do paciente e possibilidade de evitar complicações mais graves ligadas ao diabetes a longo prazo.

Desafios e perspectivas futuras na aplicação desta técnica

Ao passo que este caso revela um promissor futuro para o tratamento de diabetes através de avanços em medicina regenerativa, especialistas na área também alertam para os desafios que cercam a aplicação generalizada desta técnica.

A necessidade de mais pesquisas, testes e aprovações regulatórias surgem como passos essenciais antes que essa abordagem acabe disponibilizada para o público geral.

Com a publicação deste caso no site da revista Cell Discovery, a comunidade médica e científica internacional volta suas atenções para a continuidade dessas pesquisas, ansiosa por contribuir e testemunhar o avanço que, um dia, poderá eliminar a necessidade de tratamentos invasivos para o diabetes.