Dengue: seis pontos sobre a doença que se tornou epidemia no Brasil
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, doença chega a mais de 700 mil casos em 2024
Dengue: doença que se tornou epidemia no Brasil
Com mais de 715 mil casos registrados e ao menos 135, o Brasil vive uma epidemia de dengue. A doença se caracteriza por ser uma condição infecciosa viral que faz parte de um grupo de patologias denominadas arboviroses, que representa um grande problema de saúde pública não apenas por aqui, mas em vários países da América Latina.
Diante do crítico quadro de dengue vivido em seis estados e no Distrito Federal, destacamos algumas dúvidas comuns relacionadas à doença. As informações são do blog Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein.
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1. Qualquer pessoa pode ser contaminada?
Pessoas de qualquer idade podem se contaminar, porém, as mulheres grávidas, pessoas com mais de 65 anos, indivíduos com doenças crônicas (como diabetes e hipertensão) e crianças até dois anos têm risco aumentado de desenvolverem a forma mais grave da doença e até mesmo outras complicações.
Importante ressaltar que o mesmo mosquito da dengue também pode causar outras arboviroses, como Chikungunyia e Zika. Por isso, é tão importante o diagnóstico correto e o auxílio médico.
2 – Como ocorre a transmissão?
O vírus é transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, um mosquito urbano e diurno que se reproduz principalmente em depósitos de água limpa e parada.
O vírus possui quatro sorotipos diferentes: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a gestação) e por transfusão de sangue é extremamente rara.
3 – Quais são os sintomas?
Nem sempre a pessoa contaminada com a dengue desenvolverá sintomas – ela pode ser totalmente assintomática ou apresentar um quadro leve.
Se a pessoa apresentar febre alta repentina (entre 39oC e 40 oC) acompanhada de pelo menos dois desses sintomas deve procurar um serviço de saúde para diagnóstico:
- Dor de cabeça intensa
- Dor atrás dos olhos
- Dor nas articulações ou nos músculos
- Prostração
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. Mas atenção: se após o declínio da febre (entre o 3º e 7º dias do início da doença), outros sinais continuarem presentes, é preciso buscar novamente o serviço de saúde porque eles podem indicar a evolução para uma forma grave da doença e a piora do quadro:
- Dor abdominal intensa e contínua
- Náusea e vômitos persistentes
- Manchas vermelhas pelo corpo (hemorragias)
- Acúmulo de líquido nas cavidades corporais
- Sangramento de mucosas
- Letargia e irritabilidade
4 – Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da dengue é basicamente clínico, com base nas manifestações clínicas apresentadas pelo paciente.
Quando o paciente procura um pronto-socorro, ele faz um teste rápido que identifica apenas se é positivo ou negativo para a dengue. No entanto, o diagnóstico correto com identificação específica do tipo do vírus é feita somente em laboratórios
públicos especializados – são eles que conseguem identificar os principais sorotipos do vírus que estão circulando (como o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo).
Ao passar por atendimento, é importante informar ao médico se o paciente foi vacinado ou não contra a dengue.
5 – Qual o tratamento?
Não existe um medicamento específico para o vírus da dengue – o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos e no controle de sintomas. Por isso é recomendado:
- Repouso enquanto durar a febre
- Ingestão de líquidos
- Uso de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre
- Interrupção do uso de AAS (ácido acetil salicílico) e de antiinflamatórios não hormonais (como diclofenaco, ibuprofeno, etc) a fim de minimizar o risco de sangramentos
- Retorno ao serviço de saúde em caso de pioras dos sintomas ou quando o médico orientar que o paciente deve retornar para reavaliação
Em geral, como a maioria dos casos serão leves, a recuperação completa acontece em torno de 10 dias.
6 – Posso ter dengue várias vezes?
Sim. Como existem 4 sorotipos diferentes da doença, uma pessoa pode se contaminar até quatro vezes ao longo da vida – cada vez por um dos sorotipos.
A recuperação da infeção por um sorotipo proporciona imunidade vitalícia apenas contra ele. Ao ser contaminada novamente por qualquer um dos outros sorotipos da dengue, o risco de desenvolver a dengue hemorrágica, que é a forma mais grave da doença, aumenta.