Estudo relaciona depressão a aumento da temperatura do corpo
De acordo com os cientistas, vários fatores podem explicar essa relação
![Dados revelaram que, quanto mais severos os sintomas relatados, maior a média de temperatura registrada – Filmstax/istock](https://catracalivre.com.br/wp-content/uploads/2024/03/depressao-constipacao-doencas-autoimunes.jpg)
A depressão é conhecida por seus efeitos profundos na mente e no corpo, mas um estudo recente trouxe uma descoberta intrigante: a condição pode influenciar até mesmo a temperatura corporal.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, em São Francisco, analisaram dados de 20.880 pessoas ao longo de sete meses. Os resultados apontaram uma tendência curiosa: indivíduos com depressão frequentemente apresentavam hipertermia, ou seja, uma elevação na temperatura do corpo.
Embora o estudo não comprove que a depressão cause o aumento da temperatura ou vice-versa, ele sugere uma conexão interessante que merece ser explorada em maior profundidade. Os resultados foram publicados na Scientific Reports em fevereiro deste ano.
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O que liga a depressão ao aumento da temperatura corporal?
De acordo com os cientistas, vários fatores podem explicar essa relação. Uma hipótese é que processos metabólicos associados à depressão possam gerar calor extra no corpo. Outra possibilidade é que a doença prejudique mecanismos biológicos responsáveis pelo resfriamento natural.
Ainda assim, pode haver um terceiro elemento comum, como o estresse crônico ou a inflamação, que poderia impactar tanto a temperatura quanto os sintomas depressivos de forma independente. Investigações futuras serão necessárias para desvendar esse mistério.
A temperatura como peça do quebra-cabeça
Sabe-se que a depressão é uma condição multifacetada, com causas diversas. O estudo sugere que a temperatura corporal pode ser mais uma peça desse complexo quebra-cabeça.
Interessantemente, pesquisas anteriores já apontaram que atividades como banhos de imersão e saunas ajudam a aliviar sintomas depressivos em pequenos grupos de pessoas. A transpiração e o consequente resfriamento corporal podem ter um efeito mental benéfico.
Neste estudo específico, os dados revelaram que quanto mais severos os sintomas relatados, maior a média de temperatura registrada. Embora a ligação entre temperaturas menos variáveis ao longo do dia e pontuações altas de depressão não tenha sido estatisticamente significativa, ela abre caminho para reflexões sobre o tema.
Sintomas da depressão
Os sinais de depressão são amplos e podem incluir:
- Tristeza persistente
- Irritabilidade
- Sensação de vazio
- Perda de interesse ou prazer em atividades
- Sentimentos de culpa ou baixa autoestima
- Desesperança em relação ao futuro
- Pensamentos sobre morte ou suicídio
- Alterações no sono, apetite ou peso
- Cansaço constante ou falta de energia
A depressão pode atingir qualquer pessoa, embora fatores como traumas, perdas significativas e eventos estressantes aumentem o risco. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres apresentam maior probabilidade de desenvolver a condição do que os homens.
Um olhar para o futuro
Apesar das muitas perguntas ainda sem resposta, este estudo reforça a ideia de que a depressão vai além da mente, impactando profundamente o corpo. A relação com a temperatura corporal é apenas um exemplo de como a ciência pode iluminar aspectos ainda pouco compreendidos dessa condição.
Enquanto novas pesquisas são realizadas, a descoberta de vínculos como esse nos aproxima de uma visão mais integrada e compassiva sobre a depressão, com potencial para transformar tanto o diagnóstico quanto o tratamento no futuro.
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