Descoberta relação interessante entre Alzheimer e intestino

Bactérias alteradas na flora intestinal podem indicar Doença de Alzheimer na fase pré-sintomática, segundo estudo

Recentemente, a medicina fez um avanço significativo no estudo da doença de Alzheimer. Pesquisadores descobriram uma correlação entre a microbioma intestinal e a doença. Até então, essa relação não tinha sido totalmente compreendida.

A doença é um dos principais problemas de saúde do século, e sua cura ainda é um dos grandes desafios enfrentados pelos cientistas.

Estudos têm mostrado a complexidade da doença de Alzheimer, que afeta a função cognitiva e mental das pessoas, impactando fortemente a qualidade de vida.

Descoberta relação interessante entre Alzheimer e intestino
Créditos: ChrisChrisW/istcok
Descoberta relação interessante entre Alzheimer e intestino

Agora, um estudo liderado pela professora Yvonne Nolan, do Centro de Pesquisa APC Microbiome Ireland, lança luz sobre essa relação que tem chamado a atenção do mundo científico.

Como foi conduzido o estudo?

O estudo reuniu 69 pacientes diagnosticados com Alzheimer e 64 indivíduos saudáveis. De ambos os grupos, foram coletadas amostras de sangue e fezes.

Essas amostras foram então submetidas a um procedimento chamado transplante de microbiota fecal (FMT), que envolveu a transferência do microbioma intestinal dos pacientes para ratos saudáveis.

Quais foram as principais descobertas?

Os pacientes com Alzheimer apresentavam níveis mais elevados de bactérias relacionadas à inflamação em suas amostras de fezes.

Esses níveis apresentaram uma correlação direta com o grau de comprometimento cognitivo dos pacientes.

A pesquisa foi muito além, transferindo o microbioma intestinal dos pacientes para ratos saudáveis, que, após o procedimento, começaram a desenvolver sintomas associados à doença.

Qual é a relação com a neurogênese do hipocampo?

O estudo também revolucionou ao observar a neurogênese do hipocampo, ou seja, o processo de criação de novos neurônios nessa região do cérebro.

Foi constatado que ratos que receberam a bactéria intestinal de paciente com Alzheimer produziram menos células nervosas novas, resultando em problemas de memória.

As descobertas apontam para a necessidade de novas pesquisas sobre a doença de Alzheimer, especificamente relacionadas ao microbioma intestinal e sua possível influência no desenvolvimento da doença.

Essa descoberta promissora abre caminho para o desenvolvimento de tratamentos eficazes que podem contribuir significativamente para a prevenção e o controle da doença.