Descoberto medicamento poderoso contra câncer de colo de útero
Pesquisa em colaboração com oncologistas brasileiras revela os benefícios de usar medicamento junto com tratamento padrão do câncer
A luta contra o câncer de colo de útero, doença responsável por um alto número de mortes de mulheres no Brasil e no mundo, tem ganhado um novo aliado que promete mudar drasticamente o prognóstico deste mal.
O medicamento Pembrolizumab, um tipo de imunoterapia que, combinado ao tratamento padrão, tem apresentado resultados significativos na sobrevida dos pacientes.
O marco na medicina é fruto da colaboração entre oncologistas brasileiras e a pesquisadora Domenica Lorusso, da Universidade Católica de Roma, na Itália.
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A inovação aumentará consideravelmente o controle da doença e qualidade de vida das mulheres diagnosticadas com essa forma agressiva de câncer.
Como funciona a imunoterapia?
A imunoterapia consiste em um tratamento que utiliza o próprio sistema imune do paciente para combater as células cancerígenas.
O Pembrolizumab, especificamente, funciona aumentando a capacidade do sistema imunológico de atacar o câncer.
O estudo, apresentado na última semana no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica 2023 (ESMO), observou mulheres com câncer de colo de útero de alto risco, divididas em dois grupos:
- grupo – Recebeu a combinação de imunoterapia, quimioterapia e radioterapia;
- grupo – Recebeu apenas quimioterapia e radioterapia.
Aquelas que passaram pelo tratamento combinado apresentaram um ganho significativo na sobrevida.
Implicações da pesquisa no tratamento do câncer
Instituída a eficácia da imunoterapia, o próximo passo é implementar sua aplicação de maneira mais abrangente.
No momento, embora já seja parte do tratamento deste tipo de câncer, o uso do Pembrolizumab é restrito a casos metastáticos e específicos. Com os novos dados coletados pela pesquisa, a expectativa é que sua aplicação seja expandida.
“Após mais de 20 anos sem avanços terapêuticos no cenário da doença localmente avançada, a análise revelou que o acréscimo da imunoterapia impacta significativamente a sobrevida”, afirma a oncologista Angélica Nogueira, uma das colaboradoras do estudo.