Descoberto medicamento poderoso contra câncer de colo de útero

Pesquisa em colaboração com oncologistas brasileiras revela os benefícios de usar medicamento junto com tratamento padrão do câncer

Medicamento contra câncer de colo de útero é maior avanço em 20 anos
Créditos: iStock/myboxpra
Medicamento contra câncer de colo de útero é maior avanço em 20 anos

A luta contra o câncer de colo de útero, doença responsável por um alto número de mortes de mulheres no Brasil e no mundo, tem ganhado um novo aliado que promete mudar drasticamente o prognóstico deste mal.

O medicamento Pembrolizumab, um tipo de imunoterapia que, combinado ao tratamento padrão, tem apresentado resultados significativos na sobrevida dos pacientes.

O marco na medicina é fruto da colaboração entre oncologistas brasileiras e a pesquisadora Domenica Lorusso, da Universidade Católica de Roma, na Itália.

A inovação aumentará consideravelmente o controle da doença e qualidade de vida das mulheres diagnosticadas com essa forma agressiva de câncer.

Como funciona a imunoterapia?

A imunoterapia consiste em um tratamento que utiliza o próprio sistema imune do paciente para combater as células cancerígenas.

O Pembrolizumab, especificamente, funciona aumentando a capacidade do sistema imunológico de atacar o câncer.

O estudo, apresentado na última semana no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica 2023 (ESMO), observou mulheres com câncer de colo de útero de alto risco, divididas em dois grupos:

  1. grupo – Recebeu a combinação de imunoterapia, quimioterapia e radioterapia;
  2. grupo – Recebeu apenas quimioterapia e radioterapia.

Aquelas que passaram pelo tratamento combinado apresentaram um ganho significativo na sobrevida.

Implicações da pesquisa no tratamento do câncer

Instituída a eficácia da imunoterapia, o próximo passo é implementar sua aplicação de maneira mais abrangente.

No momento, embora já seja parte do tratamento deste tipo de câncer, o uso do Pembrolizumab é restrito a casos metastáticos e específicos. Com os novos dados coletados pela pesquisa, a expectativa é que sua aplicação seja expandida.

“Após mais de 20 anos sem avanços terapêuticos no cenário da doença localmente avançada, a análise revelou que o acréscimo da imunoterapia impacta significativamente a sobrevida”, afirma a oncologista Angélica Nogueira, uma das colaboradoras do estudo.