Descoberto o medicamento que retarda a progressão do Alzheimer

O ensaio clínico da farmacêutica Eli Lilly acompanhou 1.736 pacientes com Alzheimer leve, de 60 a 85 anos

Droga retarda a progressão do Alzheimer
Créditos: iStock/Popartic
Droga retarda a progressão do Alzheimer

Um teste apresentado na última segunda-feira, 17, mostrou que a droga experimental donanemab, da farmacêutica Eli Lilly, retardou a progressão do Alzheimer em 60% para pacientes nos estágios iniciais da doença.

O donanemab é um anticorpo projetado para eliminar uma substância chamada beta-amiloide, que se acumula nos espaços entre as células cerebrais e forma placas características do Alzheimer.

Os resultados do estudo estão publicados na íntegra na revista científica Jama – Journal of the American Medical Association.

Anne White, presidente de neurociência da Lilly, disse que “a detecção e o diagnóstico precoces podem realmente mudar a trajetória dessa doença”.

Resultados do estudo

O estudo acompanhou 1.736 pacientes com Alzheimer leve, de 60 a 85 anos. A droga experimental retardou a progressão do Alzheimer em 60% nesses casos.

Os efeitos foram menores em pacientes mais velhos e com níveis mais avançados da doença. Além disso, metade dos pacientes conseguiram interromper o tratamento após um ano.

Outro retorno foi que, ao longo dos 18 meses, os participantes tratados também tiveram um risco 39% menor de progredir para o próximo estágio da doença.

Lilly espera, por fim, que a Food and Drug Administration, dos Estados Unidos, responda até o final do ano se aprova ou não o donanemab. A farmacêutica disse ainda que as negociações com outros reguladores globais também estão em andamento.

Efeitos colaterais do donanemab

Durante o tratamento, alguns voluntários também tiveram efeitos colaterais por causa do uso da droga, são eles:

  • Inchaço cerebral: ocorreu em mais de 40% dos pacientes com predisposição genética para desenvolver a doença de Alzheimer.
  • Hemorragia cerebral: ocorreu em 31% do grupo donanemab e cerca de 14% do grupo placebo.

Em meio aos efeitos, as mortes de três pacientes do estudo estavam ligadas ao tratamento, como relataram os especialistas.

“Esses efeitos colaterais não devem ser menosprezados, mas a maioria dos casos foi controlada por monitoramento com ressonância magnética (MRI) ou interrupção do medicamento. (…) Os médicos usarão uma triagem de segurança de ressonância magnética muito rigorosa enquanto tratamos esses pacientes”, comentou a Dra. Liana Apostolova, professora de pesquisa da doença de Alzheimer.