Hábito pouco higiênico pode favorecer o Alzheimer, alerta estudo

Estudo feito com camundongos foi publicado na revista científica Nature

Cientistas australianos alertam que hábito pode ter consequências drásticas para saúde neurológica
Créditos: sudok1/istock
Cientistas australianos alertam que hábito pode ter consequências drásticas para saúde neurológica

No âmbito de pesquisas recentes, a retirada de muco nasal ressecado, conhecido popularmente como meleca, tem se tornado tema de investigação devido ao possível aumento do risco de desenvolvimento de Alzheimer e outras demências.

Médicos da Universidade Griffith, na Austrália, conduziram um estudo no qual analisaram a relação entre a exploração dos canais nasais e a presença da bactéria Chlamydia pneumoniae no cérebro, através dos nervos olfativos.

O estudo, realizado em camundongos, revelou que a Chlamydia pneumoniae pode ser transportada diretamente do nariz para o cérebro, desencadeando patologias como a doença de Alzheimer.

Em um comunicado divulgado pela universidade, um dos líderes da pesquisa afirmou: “Somos os primeiros a mostrar que a Chlamydia pneumoniae pode subir diretamente pelo nariz e entrar no cérebro. Lá pode desencadear patologias como a doença de Alzheimer”.

Embora o experimento tenha sido realizado em animais, os cientistas acreditam que a bactéria também pode atingir o cérebro humano. Isso ocorre porque as lesões causadas pela retirada do muco nasal facilitam o caminho da bactéria.

A circulação da C. pneumoniae pelo organismo desencadeia uma resposta das células cerebrais, que passam a produzir a proteína beta amiloide. Concentrações elevadas dessa proteína são indicadoras de enfermidades neurodegenerativas.

Além do Alzheimer, o ato de limpar o nariz com o dedo tem sido associado a outras doenças, uma vez que as mãos humanas abrigam inúmeras bactérias e poucas pessoas lavam o dedo antes de introduzi-lo no nariz.

“Cutucar o nariz e arrancar os pelos dele não são boas ideias. Se você danificar o revestimento do nariz, pode aumentar o número de bactérias que podem entrar no seu cérebro”, alerta o pesquisador responsável.