Diarreia, gases e outros sinais da síndrome do intestino irritável
Estado emocional pode interferir no aparecimento e na intensificação dos sintomas
A síndrome do intestino irritável (SII) é uma alteração gastrointestinal, que afeta o intestino grosso (cólon) de homens e mulheres. A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que uma combinação de fatores pode estar envolvida, como alimentação, estresse, ansiedade e mudanças hormonais. O diagnóstico é feito com base nos sintomas e no exame de colonoscopia.
De acordo com a renomada clínica médica dos Estados Unidos, Mayo Clinic, apenas um pequeno número de pessoas com a doença apresenta sinais e sintomas graves, que precisam ser tratados com medicação. Em outros casos, os pacientes diagnosticados conseguem controlar os incômodos, gerenciando dieta, estilo de vida e estresse.
Sintomas
Os sinais e sintomas da síndrome do intestino irritável variam e os mais comuns incluem:
- Dor abdominal
- Sensação de inchaço abdominal
- Excesso de gases
- Diarreia ou constipação – às vezes alternando entre uma e outra
A maioria das pessoas experimenta momentos em que os sinais e sintomas estão mais intensos e momentos em que o desconforto melhora ou mesmo desaparece completamente.
Ainda pode haver outros sintomas menos específicos, como náuseas, má digestão e dor de cabeça.
Causas
Embora as causas exatas não sejam conhecidas, alguns fatores parecem desempenhar um papel importante sobre o problema; são eles:
Contrações musculares no intestino – As paredes do intestino são revestidas com camadas de músculo que se contraem à medida que movem os alimentos pelo trato digestivo. Contrações que são mais fortes e duram mais que o normal podem causar gases, inchaço e diarreia. Contrações intestinais fracas podem retardar a passagem dos alimentos e levar a fezes duras e secas.
Sistema nervoso – Sinais mal coordenados entre o cérebro e o intestino podem causar uma reação exagerada do corpo a alterações que normalmente ocorrem no processo digestivo, resultando em dor, diarreia ou constipação.
Alterações de bactérias no intestino (microbiota) – A microbiota é a bactéria “boa” que reside no intestino e desempenha um papel fundamental na saúde. Pesquisas indicam que, em pessoas com a síndrome do intestino irritável, a microbiota a pode diferir da de pessoas saudáveis.
Infecção grave – O problema também pode se desenvolver após um forte episódio de diarreia (gastroenterite) causada por bactérias ou vírus. Acredita-se que síndrome possa estar associada a um excesso de bactérias no intestino.
Além disso, a situação pode ser agravada em algumas pessoas com a ingestão de certos alimentos, como leite, trigo e frutas cítricas.
Intestino é o segundo “cérebro” do corpo
Entre o cérebro e o intestino há uma incrível conexão. É por isso que alterações emocionais, como estresse, ansiedade e depressão provocam respostas na digestão e no próprio apetite.
Os médicos costumam dizer que o intestino é o nosso “segundo cérebro” e faz sentido, já que ele possui uma inervação própria e hormônios reguladores de seus movimentos que se assemelham aos encontrados no sistema nervoso central.
É como se as estruturas do intestino respondessem diretamente ao estado emocional da pessoa, alterando os movimentos intestinais conforme as emoções sentidas.
Prevenção
Psicoterapia, exercícios de relaxamento muscular progressivo, meditação e hipnose a estão entre as alternativas para prevenir os sintomas da síndrome do intestino irritável. Os quatro caminhos ajudam a relaxar, reduzir o estresse e aprender a modificar ou alterar as respostas às emoções.
Além disso, de acordo com a médica gastroenterologista Elaine Moreira, da Federação Brasileira de Gastroenterologia, cuidados com a alimentação são fundamentais. “Recomendamos adotar uma dieta saudável e equilibrada, evitando alimentos industrializado e ingerindo uma grande quantidade de fibras e água”, afirma.
Tratamento
Quando o paciente é diagnosticado com a síndrome do intestino irritável, mudanças na dieta é um dos primeiros ajustes a serem feitos. “Nós adotamos uma dieta com redução de carboidratos fermentáveis que aumentam os sintomas de desconforto abdominal e gases. Essa dieta é muito restritiva porque temos que retirar, além de leite, algumas frutas, vegetais, leguminosas e cereais”, explica a médica.
De acordo com ela, o tratamento de cada paciente é individualizado e, dependendo da gravidade dos sintomas, medicamentos podem ser adotados. “Também recomendamos um acompanhamento médico regular para que a medicação seja prescrita pelo gastroenterologista, além do acompanhamento de uma equipe multidisciplinar composta por psicólogo e nutricionista que irá ajudar no manejo dos sintomas”, acrescenta.