Distimia: conheça os sinais desse transtorno mental que afeta milhões de brasileiros

A distimia é muito estressante para as pessoas afetadas, principalmente porque dura pelo menos dois anos

21/11/2024 05:01

A distimia refere-se a um estado depressivo crônico, em que as pessoas com essa condição sofrem de um humor persistente, triste e deprimido e de perda de alegria e entusiasmo.

A Universidade John Hopkins Medicine descreve o transtorno como “uma forma leve, mas duradoura de depressão”; também é conhecida como transtorno depressivo persistente.

No entanto, ao contrário da depressão clássica, o curso dos sintomas da distimia não se limita a semanas ou meses; pelo contrário, é uma condição que dura anos se não for tratada.

De acordo com a Abrata (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) entre 5 e 11 milhões de brasileiros vivem com esse transtorno.

O principal sintoma da distimia é o mau humor, que muitas vezes pode ser considerado como uma característica da personalidade, tornando difícil o diagnóstico correto. 

A pessoa que sofre com distimia pode ser visto como reclamona e mal-humorada
A pessoa que sofre com distimia pode ser visto como reclamona e mal-humorada - FG Trade/istock

Outros sintomas de distimia

  • exaustão
  • tristeza
  • reclamações constantes
  • sentimentos de inadequação
  • insônia ou sono excessivo
  • apetite baixo ou excessivo
  • falta de energia
  • fadiga
  • baixa autoconfiança
  • dificuldade de concentração
  • dificuldade em tomar decisões
  • desesperança

Quais as causas da distimia?

Uma explicação amplamente aceita para o desenvolvimento da distimia é o chamado modelo vulnerabilidade-estresse.

Isso explica a gênese dos transtornos mentais através da combinação da vulnerabilidade de uma pessoa e dos eventos estressantes que ela vivencia.

Com base no modelo vulnerabilidade-estresse, os fatores neurobiológicos-psicossociais são entendidos como causas da distimia.

Uma disposição genética, traços de personalidade, aspectos físicos, e estresse psicossocial (por exemplo, eventos estressantes da vida) afetam o sistema neurotransmissor (sistema de substâncias mensageiras no cérebro) e podem levar aos sintomas depressivos da distimia.

Tratamento para distimia

Estudos demonstraram que o uso de antidepressivos é eficaz no tratamento da distimia, mas a combinação de medicamentos e de psicoterapia tende a apresentar melhores resultados. 

Vários métodos de psicoterapia podem ser usados ​​para tratar a distimia. Em estudos, a psicoterapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia interpessoal conseguiram levar a uma melhoria significativa das pessoas afetadas.