Doação de plaquetas: quem pode doar e por que é tão urgente?
As plaquetas são aliadas essenciais que contribuem na melhora de milhares de pacientes; especialista explica como o procedimento é realizado
Você já pensou em doar plaquetas? Embora menos conhecida do que a doação de sangue total, ela é essencial para salvar vidas todos os dias.

Pessoas com doenças graves, como leucemia, câncer em geral, anemias severas, pacientes internados em UTI e até aqueles que passaram por grandes cirurgias, muitas vezes dependem exclusivamente desse gesto de solidariedade para continuar o tratamento com segurança.
Por que as plaquetas são tão importantes?
As plaquetas são componentes do sangue responsáveis pela coagulação, ou seja, elas atuam para evitar sangramentos e controlar hemorragias.
Quando o organismo de um paciente apresenta baixa contagem de plaquetas, algo comum em tratamentos como a quimioterapia, há risco de sangramentos internos e complicações graves. Nesses casos, a transfusão é essencial.
“O organismo do doador consegue repor rapidamente as plaquetas, em uma média de até 48 horas“, explica a onco-hematologista Mariana Oliveira, da Oncoclínicas.
A reposição rápida permite que uma pessoa saudável possa doar com frequência e fazer a diferença para vários pacientes ao longo do ano.
Como funciona a doação?
Após a coleta de sangue, ele é encaminhado para um equipamento que retém apenas as plaquetas e devolve o restante ao doador, como os glóbulos vermelhos e o plasma.
“Esse processo é seguro e pode contribuir no tratamento de milhares de pacientes“, reforça a médica.
Mesmo sendo um procedimento simples, muitas pessoas ainda têm receio em fazer a doação, seja por medo ou até mesmo desconhecimento.
“Essa apreensão é natural, mas é fundamental que a cada dia isso seja desmistificado. É muito importante que as doações aumentem para que possamos atender o maior número possível de pacientes.“

Quem pode doar plaquetas?
Para doar, é necessário:
- Ter entre 18 e 69 anos;
- Pesar mais de 50 kg;
- Estar em boas condições de saúde;
- Não usar ácido acetilsalicílico (AAS) nem anti-inflamatórios.
Também é importante seguir algumas recomendações: “Vale lembrar ainda que é fundamental o doador estar bem alimentado e evitar refeições gordurosas. Se houver sintomas gripais, febre e diarreia, não é possível realizar a doação temporariamente, assim como pessoas que fizeram ingestão de bebida alcoólica no dia da doação, grávidas e mulheres com até três meses após o parto“, orienta a especialista.
Urgência da doação
As plaquetas têm um tempo de validade muito curto, geralmente de apenas cinco dias. Isso significa que os estoques nos hemocentros precisam ser repostos constantemente.
Por isso, as doações frequentes são tão importantes: a cada semana, milhares de pacientes podem precisar dessa transfusão, muitas vezes com urgência.
Se você atende aos requisitos e está saudável, considere doar plaquetas. É um gesto simples, seguro e que pode representar vida para quem está em situação crítica.
Seja para quem enfrenta um câncer, passou por uma cirurgia delicada ou vive com uma doença crônica, sua doação pode ser o que mantém o tratamento em andamento.