Os sintomas da doença incurável enfrentada pelo autor Manoel Carlos

A filha do autor, Júlia Almeida, compartilhou alguns detalhes sobre o tratamento do pai contra uma doença degenerativa, crônica e progressiva

Manoel Carlos enfrenta doença há 6 anos
Créditos: reprodução/Instagram/@jules_almeida
Manoel Carlos enfrenta doença há 6 anos

Manoel Carlos, o popular autor de novelas, está aposentado da TV e longe dos holofotes. Recentemente, a filha do autor, Júlia Almeida, compartilhou a notícia de que seu pai enfrenta a doença de Parkinson há seis anos.

Júlia falou sobre como a família tem lidado com o diagnóstico da doença de Manoel Carlos, hoje com 91 anos.

“Olha, (receber o diagnóstico) nunca é bom, né? Mas é uma doença que é tratável. Ele está muito bem assessorado por médicos e tem acompanhantes. Está sendo cuidado direitinho, tem minha mãe ao lado dele. Eles são casados há 50 e tantos anos, acho lindo esse relacionamento. Ela se aposentou junto com ele”, contou a empresária, em entrevista à colunista Anna Luiza Santiago, do jornal O Globo.

Conhecido por suas tramas ambientadas no Leblon, área nobre do Rio de Janeiro, assim como as protagonistas de nome Helena, o último trabalho de Manoel Carlos foi a novela “Em Família”, exibida na TV Globo em 2014.

Como tem sido o tratamento de Manoel Carlos contra a doença?

Apesar dos desafios trazidos pela doença, Manoel mantém uma rotina ativa. Segundo sua filha, ele aprecia ouvir música clássica e jazz, realiza fisioterapia regularmente e mantém o hábito de ler jornais e contemplar a natureza.

“Vive lá no universo dele junto com a minha mãe. Faz os exames dele, gosta de ler jornal e pegar sol olhando o Cristo (Redentor). O que ele quer mesmo é que o trabalho dele continue para as outras gerações. Eu entendi o que foi passado para mim”, detalhou.

Júlia mencionou que Manoel pediu que ela assumisse a produtora Boa Palavra, fundada em 2005 por ele e sua esposa, Elisabety, que tem mais de sete mil caixas com sinopses inéditas e livros. “Minha missão é reunir esses arquivos todos, não só os que já viram, porque tem muita coisa nova”, disse Júlia, que atuou em várias novelas escritas pelo pai.

Júlia prepara uma biografia do pai para 2025. Além disso, cogita usar as sinopses escritas por ele para séries e filmes. E também não descarta a ideia de fazer um documentário sobre a vida de Manoel. 

“Ele entrava na casa das pessoas e abria diálogos que a mãe não conseguia ter com o filho. Ele entendeu o poder da TV, falou sobre câncer, síndrome de Down, sexualidade, prostituição, racismo… Foi a primeira pessoa a colocar uma protagonista preta [na novela das nove]. Fez beijo gay. Isso tem uma importância para o nosso país, é fundamental. A Helena morava no Leblon, mas ele falava com o Brasil inteiro”, disse Júlia sobre Manoel Carlos.

O que é a doença de Parkinson?

A doença de Parkinson, enfrentada por Manoel Carlos, é um distúrbio neurodegenerativo crônico que afeta principalmente o sistema motor do corpo. Ela ocorre devido à degeneração progressiva das células nervosas no cérebro que produzem dopamina, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos musculares.

Apesar de não haver cura para a doença de Parkinson, existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Estes incluem medicamentos para aumentar os níveis de dopamina no cérebro, terapia física e ocupacional, exercícios de fala e outros tipos de terapia, e em alguns casos, cirurgia de estimulação cerebral profunda.

O que leva a pessoa a ter Parkinson?

Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos, ambientais e outros.

Fatores genéticos desempenham um papel importante em alguns casos de Parkinson, com certas mutações genéticas sendo associadas a um risco aumentado da doença. Além disso, exposição a toxinas ambientais, como pesticidas e metais pesados, pode aumentar o risco de desenvolver Parkinson em algumas pessoas.

Outros fatores, como idade avançada e histórico familiar da doença, também podem aumentar o risco. No entanto, nem todas as pessoas com fatores de risco desenvolverão a doença, e muitos casos de Parkinson ocorrem em pessoas sem histórico familiar conhecido da doença.

Quais são os sintomas de Parkinson?

  • Tremor: tremores involuntários, geralmente começando em um membro, como a mão, e piorando quando a pessoa está em repouso.
  • Rigidez muscular: sensação de rigidez ou dificuldade em mover os membros, especialmente ao acordar de manhã ou após períodos de inatividade.
  • Bradicinesia: lentidão de movimento, resultando em dificuldade para iniciar ou completar movimentos voluntários.
  • Instabilidade postural e dificuldade de equilíbrio: dificuldade em manter o equilíbrio e postura, aumentando o risco de quedas.
  • Alterações na mobilidade: passos mais curtos, arrastar os pés ou dificuldade em caminhar de forma fluente.
  • Alterações na fala: fala arrastada, baixa ou monótona, devido à dificuldade de controlar os músculos da boca e da garganta.
  • Expressão facial diminuída: diminuição dos movimentos faciais, resultando em uma expressão facial fixa e sem emoção (máscara de Parkinson).
  • Micrografia: por fim, letras pequenas e caligrafia diminuída devido à bradicinesia.

Além desses sintomas motores, a doença de Parkinson também pode causar sintomas não motores, como distúrbios do sono, depressão, ansiedade, constipação, problemas de memória e raciocínio, e alterações no olfato.

É importante notar que nem todas as pessoas com Parkinson experimentarão todos esses sintomas, e a gravidade dos sintomas pode variar amplamente de pessoa para pessoa.