Doença que afeta 1 a cada 3 pessoas com mais de 50 anos está associada a maior risco de demência
A doença pode contribuir para o declínio cognitivo por meio de mecanismos como neuroinflamação ou lesão neuronal direta, segundo pesquisadores
Uma pesquisa publicada na revista Alzheimer’s Research & Therapy revelou uma conexão importante entre o herpes-zóster, também conhecido como cobreiro, e o aumento do risco de desenvolver demência.
O herpes-zóster é causado pela reativação do vírus da varicela-zoster, que permanece latente no corpo após um episódio de catapora.
Embora o herpes zoster seja mais conhecido pelas erupções dolorosas que causa na pele, o estudo indica que seus efeitos podem ir além, afetando o sistema nervoso central e contribuindo para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas.
Detalhes do estudo
A equipe analisou dados de três grandes estudos que envolveram 149.327 participantes que preencheram pesquisas de saúde a cada dois anos. Tanto herpes-zóster quanto demência estavam nas pesquisas.
Os pesquisadores descobriram que participantes com histórico de herpes-zóster tinham 20% mais chances de apresentar algo chamado declínio cognitivo subjetivo.
Os cientistas não sabem exatamente por que essa ligação parece existir, mas ela parece ser mais forte entre homens portadores do gene APOE4, que tem sido associado a um risco maior de demência.
Como o herpes-zóster afeta o cérebro?
A pesquisa sugere que o vírus da varicela-zóster pode induzir uma inflamação no cérebro, que, por sua vez, pode levar a danos neurológicos permanentes. Essa inflamação é um dos fatores que podem aumentar o risco de demência.
Além disso, o estudo mostra que pessoas que tiveram herpes zoster apresentam uma maior chance de desenvolver doença de Alzheimer e outras formas de demência, especialmente se não receberam tratamento antiviral adequado para o vírus.
O impacto da vacinação
Os pesquisadores também destacaram a importância da vacinação contra herpes-zóster como uma possível forma de reduzir o risco de demência.
Estudos anteriores já haviam demonstrado que a vacina é eficaz na prevenção de episódios de herpes-zóster, o que pode, indiretamente, proteger o cérebro contra os efeitos prejudiciais do vírus.