Por que dormir pouco aumenta o risco de depressão?

Segundo a ciência, a maioria das pessoas descansa de fato após 7h30 ou 8h30 dormindo

29/09/2024 12:31

Dormir pouco e a depressão, segundo a ciência : especialistas acreditam que algumas variações genéticas influenciam a capacidade de dormir – yanyong/istock
Dormir pouco e a depressão, segundo a ciência : especialistas acreditam que algumas variações genéticas influenciam a capacidade de dormir – yanyong/istock - yanyong/istock

Uma boa noite de sono é essencial para manter a saúde em dia, mas um estudo recente da University College London, no Reino Unido, trouxe à tona uma conexão alarmante entre a qualidade do sono e o surgimento de transtornos psicológicos, como depressão e ansiedade.

Publicado na revista Nature, o estudo aprofunda-se nas consequências de noites mal dormidas.

Por que dormir pouco aumenta risco de depressão?

A pesquisa revelou que quem dorme menos de cinco horas por noite tem maior propensão a desenvolver sintomas depressivos.

Ao analisar dados genéticos e de saúde de 7.146 participantes, com idade média de 60 anos, os pesquisadores descobriram que aqueles geneticamente predispostos a dormir menos têm 2,5 vezes mais chance de apresentar sinais de depressão em um período de quatro a 12 anos.

Vale destacar que a análise focou em características genéticas, sem considerar diretamente a quantidade de sono real dos participantes.

Genética, envelhecimento e o sono: entenda a relação

Odessa Hamilton, líder do estudo, explicou que já se sabe que algumas variações genéticas influenciam a capacidade de dormir. O curioso é que a pesquisa sugere que é a falta de sono que precede a depressão, e não o contrário.  

Entre os participantes mais velhos, 11,47% relataram ter passado por episódios depressivos. Com o aumento da longevidade, torna-se cada vez mais relevante compreender como a falta de sono pode agravar problemas psicológicos nessa faixa etária.

“O sono insuficiente e a depressão tendem a se agravar com o passar dos anos. Investigar a relação entre genética, sono e depressão pode abrir novas portas para futuros estudos”, comentou Odessa.

Hábitos saudáveis a favor do sono

Embora a genética tenha um papel na qualidade do sono, alguns hábitos podem contribuir para noites mais tranquilas, conhecidos como “higiene do sono”. Aqui estão algumas práticas recomendadas:

Evite usar o celular na cama;
Reduza o consumo de álcool antes de dormir;
Mantenha o quarto em uma temperatura confortável;
Evite cochilos durante o dia;
Faça exercícios físicos regularmente.

Quando se preocupar? 

A qualidade do sono é vital para o bem-estar, e mudanças no padrão de sono podem ser um indicativo de problemas psicológicos. Portanto, se notar qualquer alteração significativa, não hesite em procurar a orientação de um profissional.