Dormir sentindo esses aromas pode melhorar a memória em mais de 200%
De acordo com pesquisadores, o enriquecimento olfativo administrado à noite produz melhorias tanto no funcionamento cognitivo quanto neural de idosos
Um estudo descobriu que quando determinados aromas são espalhadas pelos quartos de adultos mais velhos durante o sono, eles podem apresentar uma melhora significativa da memória.
O projeto foi conduzido por neurocientistas da Universidade da California, nos EUA, e envolveu sete óleos essenciais: rosa, laranja, eucalipto, limão, hortelã-pimenta, alecrim e lavanda.
Os aromas foram usados em um grupo de teste de homens e mulheres com idades entre 60 e 85 anos. Nenhum deles tinha comprometimento da memória.
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O estudo, que foi publicado no ano passado na revista Frontiers in Neuroscience, durou seis meses.
Como foi o experimento?
Adultos idosos foram inscritos no estudo e aleatoriamente designados para um grupo de controle ou enriquecimento olfativo.
Indivíduos no grupo enriquecido foram expostos a 7 aromas diferentes por semana, um por noite, por 2 horas. No quarto onde dormiam, um difusor de aromas era encarregado de espalhar os cheiros.
Indivíduos no grupo de controle tiveram a mesma experiência com quantidades mínimas de aromas.
Os participantes passaram por avaliações neuropsicológicas e exames de ressonância magnética funcional de memória no início do estudo e após 6 meses.
Ao final do período de estudo, houve uma melhora de 226% em um teste de aprendizado e memória entre aqueles que dormiam com um aroma forte todas as noites.
Perda olfativa e declínio cognitivo
Os cientistas sabem há muito tempo que a perda da capacidade olfativa pode prever o desenvolvimento de quase 70 doenças neurológicas e psiquiátricas.
Isso inclui Alzheimer e outras demências, Parkinson e esquizofrenia.
Os pesquisadores explicaram que o sistema olfativo é o único sistema sensorial que tem projeções diretas para o sistema límbico, que é crucial para a memória e a emoção, e que é o mais relevante para esta investigação.
“O sentido olfativo tem o privilégio especial de estar diretamente conectado aos circuitos de memória do cérebro”, disse Michael Yassa, professor em Neurobiologia da Aprendizagem e Memória, que atuou como pesquisador colaborador.
“Todos os outros sentidos são encaminhados primeiro pelo tálamo. Todos já experimentaram o quão poderosos os aromas são para evocar lembranças, mesmo de muito tempo atrás”, disse ele.
“No entanto, diferentemente das alterações de visão que tratamos com óculos e aparelhos auditivos para deficiência auditiva, não houve intervenção para a perda do olfato.”