Dormir tarde aumenta risco de desenvolver diabetes em 20%, aponta estudo

Estudo uniu rotina do sono, qualidade de vida e desenvolvimento de diabetes; saiba como essa correlação pode afetar sua saúde

Dormir tarde aumenta risco de ter diabetes
Créditos: iStock/Djordje Krstic
Dormir tarde aumenta risco de ter diabetes

Uma rotina desregrada não apenas diminui a qualidade do sono, mas também pode ser a chave para o aumento de chances de desenvolver diabetes. Foi o que indicou um estudo realizado por médicos da Universidade de Brigham, nos Estados Unidos, e divulgado na revista Annals of Internal Medicine.

Neste estudo, 63,6 mil enfermeiras, com idades entre 48 e 65 anos, foram monitoradas por um período de sete anos, iniciando em 2009.

Os resultados mostraram que aquelas que tinham o hábito de dormir mais tarde estavam 20% mais propensas a desenvolver a doença.

Quais hábitos podem influenciar o desenvolvimento de diabetes?

De acordo com a pesquisa, não é só a rotina de sono que conta nessa equação. Mulheres que se identificavam como “pessoas noturnas”, que correspondem a 11% do total, também apresentavam outros hábitos que podem contribuir para o desenvolvimento da diabetes. Hábitos como uma maior tendência ao consumo de álcool e menor prática de exercícios físicos em comparação àquelas que são ‘pessoas diurnas’, estas totalizando 35% das entrevistadas.

Por outro lado, os participantes que não se identificavam com nenhum dos extremos, tiveram índices piores que as diurnas. Segundo os cientistas, a investigação comprova os benefícios de dormir cedo.

Os cientistas ressaltam que, apesar dos hábitos, o ciclo de sono também se mostra um fator relevante no desenvolvimento de diabetes. Isso foi concluído depois do cálculo do risco após a exclusão de participantes com diferentes hábitos de vida, onde ainda se notou um risco residual.

A médica Sina Kianersi, que liderou o estudo, complementa que há uma correlação entre os dois, ainda que a forma como isso acontece não esteja completamente esclarecida.

Segundo Kianersi, o próximo passo é ampliar a investigação dentro de um grupo maior de pessoas noturnas.

“Se conseguirmos determinar uma ligação causal entre o cronotipo (sincronização dos ritmos circadianos) e a diabetes ou outras doenças, os médicos poderão adaptar melhor as estratégias de prevenção aos seus pacientes”, afirmou.