DPOC: doença causada por cigarro causa 1 morte a cada 10 segundos

Ainda que incapacitante e silenciosa, o diagnóstico precoce de DPOC ajuda a diminuir os efeitos negativos no corpo

28/08/2018 16:23 / Atualizado em 17/06/2022 09:36

DPOC é uma doença crônica intimamente ligada ao tabagismo
DPOC é uma doença crônica intimamente ligada ao tabagismo - Sezeryadigar/istcok

O cigarro mata metade de seus usuários, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e pode causar doenças que atingem o coração e os pulmões. Uma delas a doença pulmonar obstrutiva crônica, a DPOC, doença silenciosa que leva à óbito, em média, uma pessoa a cada 10 segundos.

“A DPOC não é uma doença única, é um termo que abrange a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. O que acontece nessa condição é uma inflamação dos brônquios, que obstrui a passagem de ar e causa a destruição dos alvéolos, diminuindo a capacidade respiratória do paciente e deixando-o cada vez mais debilitado”, explica o pneumologista Alex Macedo, mestre em pneumologia pela UNIFESP e professor da Universidade Metropolitana de Santos.

Sintomas da DPOC

Os sinais e sintomas da DPOC se manifestam inicialmente quando o paciente realiza tarefas que exigem maior esforço, como uma atividade física, por exemplo.  Entre os sintomas estão:

  • Tosse;
  • Catarro;
  • Chiado e aperto no peito;
  • Infecções respiratórias frequentes;
  • Perda de peso não intencional, em estágios mais avançados;
  • Cansaço e falta de ar.

Apesar de progressiva, a doença leva certo tempo para demonstrar sintomas preocupantes, o que atrasa o diagnóstico e, consequentemente, complica o tratamento. “Não é incomum que o fumante receba um diagnóstico de DPOC com a doença em estágio mais avançado. Isso se deve porque os sintomas são confundidos com a falta de condicionamento físico causado normalmente pelo cigarro ou até mesmo o envelhecimento”, relata o especialista. Isso faz com que muitos pacientes ignorem os sintomas mais comuns, como falta de ar e tosse crônica, e só procurem ajuda profissional quando o quadro já está tão grave que até levantar da cama, por exemplo, causa sensação de fadiga.

Não só o cigarro pode causar a DPOC. A poluição domiciliar, como fumaça de lenha e querosene, exposição a poeiras e produtos químicos, doenças genéticas, infecções respiratórias recorrentes e desnutrição na infância são fatores de risco para o desenvolvimento de DPOC.

Ainda assim, mesmo que nem todo fumante desenvolva a DPOC, 90% dos que desenvolvem são fumantes, de acordo com a COPD Foundation, uma fundação dedicada a promover iniciativas para melhorar a vida das pessoas afetadas pela DPOC nos Estados Unidos.

Tratamento para DPOC

Anti-inflamatórios são administrados para combater a inflação nos pulmões e nos brônquios
Anti-inflamatórios são administrados para combater a inflação nos pulmões e nos brônquios

Embora não tenha cura, a DPOC é uma doença tratável e é imprescindível que o paciente pare de fumar.  Durante o tratamento, normalmente, os pacientes fazem uso de medicações diárias e, em casos mais graves, é necessário o uso de oxigênio contínuo.

Outros tratamentos alternativos também podem ser utilizados em casos de pessoas com DPOC moderada ou grave. É o caso do programa de reabilitação pulmonar que combina treinamento físico, aconselhamento nutricional e aconselhamento sobre a doença.

Tratamento para parar de fumar

SUS tem tratamento gratuito para quem quer parar de fumar
SUS tem tratamento gratuito para quem quer parar de fumar - Public Domain Pictures/Pexel

Todos os anos, mais de sete milhões de pessoas morrem em todo o mundo vítimas de doenças relacionadas ao consumo do tabaco, de acordo com a OMS. O que nem todos os fumantes sabem é que o Ministério da Saúde com o apoio do Instituto Nacional do Câncer (Inca) oferece tratamento gratuito.

Os dependentes são atendidos em hospitais e nas unidades básicas de saúde como parte do Programa Nacional de Controle do Tabagismo.

Para participar do tratamento, basta procurar uma das unidades portando a carteira de identidade e se cadastrar.

A abordagem dos pacientes começa com quatro sessões para avaliar a relação com o tabaco e definir o tratamento, além de verificar fatores que contribuem para o desejo pelo tabaco, como depressão e ansiedade.

Saiba mais no vídeo: