É preciso aprender a escutar os sinais do nosso corpo

Saber ouvir as nossas próprias sensações nos conduz a hábitos de alimentação saudável

Sensações de fome e saciedade não deveriam ser negligenciadas
Sensações de fome e saciedade não deveriam ser negligenciadas - AnaBGD/istock

Entender os sinais do corpo é fundamental para comer de maneira saudável. As sensações de fome e saciedade são os sinais mais importantes, mas também os mais comumente negligenciados.

Como é possível que desconsideremos sensações tão imprescindíveis para uma alimentação saudável? Uma das principais razões está na crescente popularidade de dietas e métodos de restrição alimentar.

Dietas que estabelecem horários rígidos para refeições e quantidades específicas de alimentos a serem ingeridos, por exemplo, contribuem bastante para uma desconexão entre o ato de comer e as sensações físicas de fome e saciedade. Se não ouvimos os sinais, não podemos responder a eles. Isso significa que acabamos comendo quando não temos fome e deixando de comer quando a barriga ainda ronca.

Mas não são apenas os métodos de restrição alimentar que podem nos levar a ficar desconectados com os sinais do nosso corpo. Há também o comer exagerado, que resulta dessa desconexão com o corpo. Comer de maneira automática e desatenta significa ignorar sensações corporais, principalmente as de saciedade.

Ainda que as percepções de fome e satisfação alimentar sejam individuais e subjetivas, é sempre possível educar-se para ouvi-las e entendê-las. Quando isso acontece, somos capazes de decidir não apenas o melhor momento de fazer refeições, mas também o de escolher quanto e o que comer.

Uma interpretação consciente das sensações de fome e saciedade está diretamente relacionada com a conexão com o nosso próprio corpo, o que inclui respeitá-lo e valorizá-lo.

Conexão corporal é como andar de bicicleta: no começo pode parecer difícil, mas, com exercício diário, torna-se algo natural. E o melhor: não precisa de manual de instruções. Seu corpo é seu grande aliado nessa tarefa. É só deixá-lo falar.

Texto escrito pela nutricionista Marcela Kotait.