Empresário com câncer vai começar terapia inovadora CAR-T

Conheça a história inspiradora de Alberto Raposo Marques e sua busca incansável por soluções no combate ao câncer linfático

Em 2020, o empresário Alberto Raposo Marques, de 57 anos, recebeu o diagnóstico de câncer no sistema linfático. Desde então, ele tem explorado diversas opções para combater o tumor. Na terça-feira, 20, ele passará por uma terapia inovadora chamada CAR-T, considerada o estado-da-arte no tratamento contra a doença.

Empresário com câncer vai começar terapia inovadora CAR-T
Créditos: Arquivo pessoal
Empresário com câncer vai começar terapia inovadora CAR-T

Empresário passará por terapia CAR-T

Alberto percebeu um nódulo na virilha direita, o que o levou a receber o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin de células B. Mesmo sem sentir dores ou apresentar sintomas, ele descobriu que o tumor já havia se disseminado para o pescoço, axilas e quadris.

“Tentei todos os tratamentos, quimioterapia, radioterapia, fiz um transplante de medula e não funcionou. Fiquei durante toda a pandemia de Covid na minha casa, isolado. Sempre fui muito festeiro, pois estava recluso em casa na hora mais difícil da minha vida”, relembra Marques.

O médico sugeriu ao empresário que tentasse o CAR-T quando ele estava praticamente sem esperanças. No entanto, para acessar o novo tratamento, é necessário superar rapidamente as barreiras burocráticas.

Embora o CAR-T para o linfoma não-Hodgkin tenha sido aprovado pela Anvisa há pouco mais de um ano, ainda não está disponível no Sistema Único de Saúde e envolve custos de até R$ 2 milhões para ser realizado na rede particular.

O que é CAR-T?

O CAR-T é uma terapia altamente individualizada: células de defesa do paciente são retiradas do corpo, modificadas em laboratório e, em seguida, reintroduzidas no paciente para atacar o tumor. “Fazemos uma alteração genética nas células. O DNA é modificado de forma que as células de defesa vão atuar especificamente para encontrar o câncer e destruí-lo”, explica o médico Dimas Covas, responsável por um estudo pioneiro sobre a terapia no Brasil.

Quando o médico mencionou o assunto, Alberto começou a pesquisar sobre o CAR-T e a planejar uma estratégia para viabilizar o tratamento. Ele considerou entrar com um processo judicial para que o plano de saúde cobrisse os custos, porém, para sua surpresa, isso não foi necessário. O convênio aceitou o pedido imediatamente.

“Sentia muita vontade de viver, mas tinha medo de não dar tempo de fazer o tratamento porque minha doença sempre evoluiu muito rapidamente. No final, acabei dando sorte. Quando soube que o meu tratamento tinha sido aprovado pelo plano de saúde sem necessidade de ir à justiça, fiquei tão feliz que não sabia nem como comemorar”, conta Marques.

Os médicos coletaram uma parte das células de defesa de Marques no final de abril, as congelaram e as enviaram para os Estados Unidos. Neste sábado, 17, as células modificadas serão multiplicadas para que possam ser aplicadas na terça-feira, 22.