Entenda a gravidade da pré-eclâmpsia e as formas de controle
Pré-eclâmpsia é grave, comum e pode ser fatal. Entenda como prevenir e tratar
A gravidez é um momento único, mas também pode ser marcada por riscos sérios à saúde da mãe e do bebê. Um dos mais temidos é a pré-eclâmpsia, uma condição que exige atenção imediata e acompanhamento rigoroso.

Caracterizada pelo aumento da pressão arterial na gestação, essa complicação pode levar a desfechos graves, incluindo a morte da mãe, do bebê ou de ambos. Em muitos casos, a única forma de preservá-los é antecipar o parto.
O que é a pré-eclâmpsia e por que ela é tão perigosa
Trata-se de uma condição que pode afetar qualquer grávida, mesmo as que não apresentam sintomas. Ela costuma surgir na segunda metade da gestação ou até seis meses após o parto.
O problema atinge de 5% a 8% das gestantes e, apesar de ainda não ter uma causa definida, está relacionado a fatores como hipertensão crônica, diabetes, obesidade, lúpus ou histórico familiar dessas condições.
Gestantes de gêmeos ou com menos de 18 ou mais de 35 anos também estão no grupo de risco. A combinação desses fatores aumenta a necessidade de vigilância durante o pré-natal.

Os sinais que devem acender o alerta
Apesar de poder se manifestar de forma silenciosa, a pré-eclâmpsia também pode apresentar sintomas específicos. Entre eles, destacam-se dores de cabeça fortes e persistentes, inchaço no rosto e nas mãos, dificuldade respiratória e alterações na visão.
Outros sinais incluem náusea ou vômito após o primeiro trimestre, dor abdominal no lado direito, presença de proteína na urina e ganho de peso rápido e repentino.
“Esses sintomas podem indicar que algo não está bem e devem ser investigados o quanto antes”, diz Fernanda Nunes, ginecologista da clínica Atma Soma.
“Exames pré-natais frequentes são essenciais para detectar sinais precoces e evitar complicações”, completa a médica.
Casos graves exigem decisões difíceis
O diagnóstico de pré-eclâmpsia muda o rumo da gestação. Repouso, medicamentos e, em casos críticos, internação hospitalar são medidas necessárias.
Quando o risco aumenta, o parto pode se tornar a única saída. “A principal meta é prolongar a gravidez o máximo possível sem comprometer a saúde de ambos. Em algumas situações, mesmo que o bebê ainda não esteja a termo, o parto é a única solução para preservar mãe e filho”, afirma Fernanda Nunes.
Essa decisão é baseada na evolução do quadro. Segundo o Ministério da Saúde, “a cura da pré-eclâmpsia só ocorre após o nascimento do bebê”.
Complicações que colocam vidas em risco
Se não tratada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, a forma mais grave da doença. Nessa fase, a gestante pode ter convulsões, colocando em risco sua vida e a do feto.
Outra possível consequência é a síndrome de HELLP, uma condição grave que causa destruição dos glóbulos vermelhos, falência hepática e queda das plaquetas no sangue.
Esses quadros exigem intervenção médica imediata para preservar a integridade de mãe e bebê, reforçando a importância do diagnóstico precoce.
Como prevenir a pré-eclâmpsia
A prevenção começa no pré-natal. A realização de exames periódicos permite detectar a pré-eclâmpsia nas fases iniciais, aumentando as chances de controle.
Além disso, o Ministério da Saúde recomenda medidas como alimentação com menos sal e açúcar, maior consumo de água e suplementação de cálcio, especialmente para gestantes com risco elevado.
Em seu relato recente, a cantora Lexa revelou que seguia todas as orientações médicas. Ainda assim, “seu quadro era muito grave e evoluiu para a síndrome de HELLP”, o que resultou na morte de sua filha Sofia, nascida prematuramente.
Vigilância salva vidas
Mesmo em gestações aparentemente normais, a pré-eclâmpsia pode surgir. Por isso, o cuidado contínuo com a saúde da gestante é indispensável.
O acompanhamento médico, aliado a hábitos saudáveis, pode evitar que a condição evolua para formas graves ou fatais. Estar informada é o primeiro passo para proteger duas vidas ao mesmo tempo.