Entenda a relação entre o jejum e o Alzheimer, segundo a ciência
Estudo realizado nos EUA investiga relação entre os dois fatores.
Um estudo recente da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego traz uma descoberta surpreendente: o jejum intermitente pode ser uma poderosa arma contra o Alzheimer.
Em experimentos com ratos, os cientistas observaram que restringir o período diário de alimentação pode ajudar a reverter as perturbações do ritmo circadiano frequentemente associadas à doença.
A estratégia não envolve reduzir a quantidade de alimentos, mas sim limitar o tempo em que eles são consumidos. Os pesquisadores acreditam que essa abordagem pode ser eficaz em humanos, e ensaios clínicos já estão no horizonte.
- Ombro congelado e diabetes: como a doença afeta sua articulação
- Olímpia é destino certa para férias em família no interior de SP
- Como manter o equilíbrio alimentar nas celebrações de fim de ano?
- A verdade sobre a vitamina C: entenda quando e como o excesso faz mal ao corpo
Entenda a relação entre o jejum e o Alzheimer
Por muitos anos, a ciência acreditava que as disfunções do ritmo circadiano em pessoas com Alzheimer eram uma consequência da neurodegeneração. Mas agora, os pesquisadores estão considerando o contrário: essas disfunções podem ser um fator-chave no desenvolvimento da doença. Isso abre novas portas para tratar o Alzheimer, focando em restaurar o relógio biológico interno dos pacientes.
Pacientes com Alzheimer frequentemente enfrentam problemas como distúrbios no ciclo sono-vigília, confusão noturna e dificuldade para adormecer.
Esses sintomas acabam afetando profundamente a qualidade de vida, tanto dos pacientes quanto de seus familiares, levando muitos a procurar cuidados em instituições.
Ou seja, ao sincronizar o relógio circadiano por meio de ajustes na alimentação e no jejum, os pesquisadores acreditam que será possível melhorar significativamente a saúde e o bem-estar desses indivíduos.
O que mostram os estudos?
No experimento, os ratos com Alzheimer foram submetidos a uma janela alimentar de apenas seis horas diárias – equivalente a cerca de 14 horas de jejum para humanos. Aqueles que seguiram essa dieta restrita apresentaram melhorias notáveis: memória aprimorada, ciclos de sono mais regulares e menor confusão durante a noite.
Além disso, os ratos submetidos ao jejum mostraram um desempenho superior em testes cognitivos em comparação aos que comiam sem restrições. No nível molecular, os benefícios continuaram: houve uma redução nos depósitos de proteína amiloide no cérebro – um dos marcadores mais conhecidos do Alzheimer.
Revolucionando o tratamento do Alzheimer
Cerca de 80% das pessoas com Alzheimer enfrentam disfunções do ritmo circadiano, o que agrava tanto os problemas de sono quanto o declínio cognitivo. Embora atualmente não existam tratamentos focados nesse aspecto da doença, os resultados desse estudo mostram que ajustar o ciclo de alimentação pode ser uma abordagem eficaz.
Publicado na revista Cell Metabolism, o estudo demonstra que, ao sincronizar os horários das refeições, é possível não só melhorar a memória, mas também reduzir a progressão das características moleculares do Alzheimer, como o acúmulo de proteínas amiloides no cérebro.
De toda forma, ainda necessitam mais estudos para comprovar esta relação, além disso, introduzir este modelo de jejum à rotina deve ter orientação de um profissional de saúde.