Entenda a síndrome nefroneural causada por substância de cerveja

Doença teria origem na contaminação por dietilenoglicol, substância encontrada em garrafas de cerveja fabricada em Minas Gerais

Por: Redação

Quatro mortes já foram confirmadas em Minas Gerais em decorrência da síndrome nefroneural. A doença está sendo investigada e há indícios de que esteja ligada à intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada em lotes da cerveja da marca Belorizontina, fabricada na capital mineira.

A ingestão da substância afeta os rins e também pode lesar o sistema nervoso.

Doença causa náusea, vômito, dor abdominal e insuficiência renal aguda grave
Créditos: magicmine/istock
Doença causa náusea, vômito, dor abdominal e insuficiência renal aguda grave

Sintomas

De acordo com um comunicado da Sociedade Brasileira de Nefrologia e sua regional, a Sociedade Mineira de Nefrologia, a intoxicação por dietilenoglicol, evolui em diferentes fases.

Inicialmente, surgem sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal. Depois, na segunda fase, que ocorre cerca de 48 horas após a ingestão da substância, há a manifestação de insuficiência renal aguda, o que faz a pessoa procurar atendimento médico.

A fase neurológica, que surge com 5 a 10 dias de doença, se caracteriza por perda visual, paralisia facial e degeneração das fibras musculares, podendo causar tetraparesia, desordem que enfraquece os músculos dos quatro membros.

De acordo com as entidades, embora alguns pacientes possam se recuperar por completo, muitos acabam morrendo ou evoluem com lesões renais ou neurológicas permanentes.

Ainda segundo o comunicado, não há estabelecida uma dose mínima que seja considerada tóxica e, portanto, todas as pessoas que foram expostas à substância e apresentarem os sintomas devem procurar atendimento médico.

Lotes recolhidos

Garrafas de cerveja encontradas nas casas das vítimas continham substância tóxica
Créditos: reprodução/Instagram
Garrafas de cerveja encontradas nas casas das vítimas continham substância tóxica

A cervejaria Backer anunciou que está recolhendo as cervejas do lote 1348, das linhas de produção L1 e L2, das casas dos consumidores. Mas a recomendação é para que ninguém consuma a bebida de nenhum lote. A orientação vale também para a cerveja Capixaba, que é o mesmo produto, mas com outro rótulo, vendida no Espírito Santo.

Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 15, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que uma análise constatou que a água utilizada na produção da cerveja estava contaminada com a substância dietilenoglicol e que essa contaminação aconteceu dentro das dependências da cervejaria.

A força-tarefa de investigação agora trabalha com três hipóteses: sabotagem, vazamento em um tanque de resfriamento ou utilização indevida da substância tóxica na produção.

Veja abaixo a coletiva sobre a investigação: