Entenda como a acupuntura está transformando o tratamento da fibromialgia
Estudos e relatos clínicos apontam que a acupuntura pode aliviar uma série de sintomas associados à fibromialgia

Em um cenário em que a medicina moderna ainda busca entender os mistérios por trás da fibromialgia, pacientes e especialistas têm voltado seus olhos – e esperanças – para abordagens complementares que vão além dos remédios tradicionais. Uma dessas práticas é a acupuntura, antiga técnica chinesa que, apesar de milenar, ganha cada vez mais espaço no tratamento dessa condição crônica que desafia diagnósticos e limita rotinas.
A fibromialgia é uma síndrome que carrega mais do que apenas dor. Ela envolve uma gama de sintomas incapacitantes: fadiga persistente, sono não reparador, distúrbios cognitivos – popularmente conhecidos como “nevoeiro cerebral” – além de alterações de humor. Estima-se que ela afete cerca de 2 a 4% da população mundial, sendo mais comum em mulheres entre 30 e 60 anos.
Apesar dos avanços na área da dor crônica, as causas exatas da fibromialgia permanecem envoltas em incertezas. Acredita-se que o sistema nervoso dos pacientes com a condição amplifica os sinais de dor, provocando reações exageradas a estímulos normalmente inofensivos. Fatores como traumas físicos e emocionais, infecções virais, distúrbios hormonais e genética podem estar envolvidos, mas ainda não há um consenso definitivo.
Diante de um quadro clínico tão amplo e complexo, a abordagem do tratamento precisa ser multifacetada. E é justamente aí que a acupuntura tem mostrado seu valor.
“A acupuntura intervém como uma maneira muito eficaz no tratamento dos sintomas da fibromialgia, com potencial de melhora imediata da dor”, afirma o Dr. Renan Jorge, médico clínico e acupunturiatra, membro do Colégio Médico de Acupuntura de São Paulo.
Segundo o especialista, ao estimular pontos estratégicos do corpo com agulhas, a técnica ativa áreas do sistema nervoso responsáveis pelo controle da dor e do humor, promovendo a liberação de neurotransmissores como endorfina, serotonina e dopamina. O resultado? Menos dor, menos rigidez, mais bem-estar e energia.
E os benefícios não param por aí.
Estudos e relatos clínicos apontam que a acupuntura pode aliviar uma série de sintomas associados à fibromialgia, como ansiedade, depressão, insônia, palpitações, tonturas e até a síndrome do intestino irritável – condições que muitas vezes caminham ao lado da dor crônica e pioram sua percepção.
Além disso, por ser uma intervenção não medicamentosa e com poucos efeitos colaterais, a técnica se torna uma opção segura e acessível, principalmente para pacientes que já fazem uso contínuo de medicamentos e desejam reduzir sua dependência.

Mas, como destaca o Dr. Jorge, a acupuntura não deve ser vista como tratamento isolado: “Ela ganha ainda mais eficácia quando integrada a uma abordagem multimodal, que envolve mudanças no estilo de vida, fisioterapia, psicoterapia, ajustes alimentares e uso racional de medicamentos”.
No caminho para controlar a fibromialgia, conhecimento é poder. Educar o paciente sobre a doença, promover o autocuidado e ampliar o leque terapêutico com práticas integrativas são passos fundamentais para melhorar a qualidade de vida e devolver o protagonismo ao paciente.
A ciência ainda busca respostas definitivas, mas enquanto elas não chegam, práticas como a acupuntura seguem ganhando espaço – não como promessa mágica, mas como um respiro real em meio à dor.
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