Entenda como problemas de audição podem alertar para o Alzheimer
O Alzheimer é uma doença progressiva sem cura que afeta a memória e a linguagem, mas a audição também tem uma influência
Parece não fazer o menor sentido, mas a audição pode influenciar no risco de Alzheimer e vice-versa.
A ciência já sabe que pessoas que desenvolvem problemas auditivos durante a meia-idade (40-65 anos) têm um risco aumentado de desenvolver demência. Também pode ser um dos primeiros sintomas da demência.
Mas, afinal, como duas condições tão distintas podem estar interconectadas?
Relação audição e Alzheimer
Primeiramente, a perda auditiva é comum entre os idosos, e muitos tendem a tratá-la como uma consequência natural do envelhecimento.
No entanto, além do desconforto e das dificuldades de comunicação, a perda auditiva pode ter implicações mais graves.
Pesquisas mostram que indivíduos com perda auditiva têm até cinco vezes mais chances de desenvolver Alzheimer.
Há várias teorias que explicam essa associação. Uma das hipóteses é que a perda auditiva leva ao isolamento social, pois as pessoas afetadas tendem a evitar interações em ambientes ruidosos.
Este isolamento pode resultar em menor estimulação cerebral, o que pode acelerar o declínio cognitivo.
Ademais, a perda auditiva pode sobrecarregar o cérebro, que precisa se esforçar mais para processar os sons. Esse esforço extra pode desviar recursos de outras funções cognitivas, contribuindo para o declínio da memória e outras habilidades.
De maneira semelhante, estudos de neuroimagem mostraram que áreas do cérebro responsáveis pela audição e pela memória se sobrepõem.
Portanto, quando a audição é prejudicada, essas áreas podem sofrer mudanças estruturais e funcionais que aceleram o processo neurodegenerativo.
Além disso, é importante considerar que problemas auditivos não tratados podem agravar os sintomas do Alzheimer, dificultando ainda mais a comunicação e a interação social, o que reforça a necessidade de uma avaliação auditiva regular em idosos.
Aparelhos auditivos podem ajudar
Um estudo realizado pela Universidade de Harvard apontou que aparelhos auditivos podem ajudar a reduzir significativamente o risco de demência.
Isso porque, quanto mais estimulação o cérebro recebe, menor a probabilidade de desenvolver a condição.
Portanto, é essencial que os indivíduos, especialmente os idosos, realizem exames auditivos regulares e procurem tratamento para qualquer grau de perda auditiva.