Entenda como problemas de audição podem alertar para o Alzheimer

O Alzheimer é uma doença progressiva sem cura que afeta a memória e a linguagem, mas a audição também tem uma influência

Parece não fazer o menor sentido, mas a audição pode influenciar no risco de Alzheimer e vice-versa. 

A ciência já sabe que pessoas que desenvolvem problemas auditivos durante a meia-idade (40-65 anos) têm um risco aumentado de desenvolver demência. Também pode ser um dos primeiros sintomas da demência.

Mas, afinal, como duas condições tão distintas podem estar interconectadas?

Relação audição e Alzheimer

Primeiramente, a perda auditiva é comum entre os idosos, e muitos tendem a tratá-la como uma consequência natural do envelhecimento.

No entanto, além do desconforto e das dificuldades de comunicação, a perda auditiva pode ter implicações mais graves.

Vários estudos já ligaram problemas de audição a risco maior de Azlheimer
Créditos: AndreyPopov/istock
Vários estudos já ligaram problemas de audição a risco maior de Azlheimer

Pesquisas mostram que indivíduos com perda auditiva têm até cinco vezes mais chances de desenvolver Alzheimer.

Há várias teorias que explicam essa associação. Uma das hipóteses é que a perda auditiva leva ao isolamento social, pois as pessoas afetadas tendem a evitar interações em ambientes ruidosos.

Este isolamento pode resultar em menor estimulação cerebral, o que pode acelerar o declínio cognitivo.

Ademais, a perda auditiva pode sobrecarregar o cérebro, que precisa se esforçar mais para processar os sons. Esse esforço extra pode desviar recursos de outras funções cognitivas, contribuindo para o declínio da memória e outras habilidades.

De maneira semelhante, estudos de neuroimagem mostraram que áreas do cérebro responsáveis pela audição e pela memória se sobrepõem.

Portanto, quando a audição é prejudicada, essas áreas podem sofrer mudanças estruturais e funcionais que aceleram o processo neurodegenerativo.

Além disso, é importante considerar que problemas auditivos não tratados podem agravar os sintomas do Alzheimer, dificultando ainda mais a comunicação e a interação social, o que reforça a necessidade de uma avaliação auditiva regular em idosos.

Aparelhos auditivos podem ajudar

Um estudo realizado pela Universidade de Harvard apontou que aparelhos auditivos podem ajudar a reduzir significativamente o risco de demência.

Isso porque, quanto mais estimulação o cérebro recebe, menor a probabilidade de desenvolver a condição.

Portanto, é essencial que os indivíduos, especialmente os idosos, realizem exames auditivos regulares e procurem tratamento para qualquer grau de perda auditiva.