Entenda como trombose pode levar à morte, como no caso da Miss ES

Modelo morreu aos 35 anos em decorrência de complicações decorrentes de um quadro de trombose

Por Silvia Melo em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
24/04/2025 12:02

Miss ES morreu em decorrência de complicações de uma trombose
Miss ES morreu em decorrência de complicações de uma trombose - reprodução/instagram/nabilafurtado

A modelo e ex-primeira-dama de Cariacica (ES), Nabila Furtado, morreu nesta terça-feira (22) aos 35 anos, após complicações decorrentes de um quadro de trombose que evoluiu para uma embolia pulmonar. A Miss Espírito Santo esteve internada por um mês lutando contra a doença, mas não resistiu. A confirmação da morte foi feita por seu marido, Juninho Geraldo, ex-prefeito da cidade.

A notícia trouxe novamente à tona a importância de se falar sobre os riscos associados à trombose e suas possíveis complicações fatais, como a embolia pulmonar, uma condição grave que pode levar à morte em poucas horas se não for diagnosticada e tratada a tempo.

O que é a trombose?

A trombose é uma condição médica grave e potencialmente fatal, caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) que impedem o fluxo normal do sangue. Embora muitas vezes silenciosa no início, a trombose pode desencadear complicações fatais, como embolia pulmonar, AVC e infarto.

Segundo o Ministério da Saúde, a trombose venosa profunda (TVP) e suas consequências estão entre as principais causas de morte cardiovascular no Brasil e no mundo.

Ainda de acordo com a pasta, as doenças tromboembólicas venosas são responsáveis por mais de 100 mil internações por ano no Brasil, e muitos casos não são identificados a tempo.

Como a trombose pode matar?

A morte por trombose normalmente ocorre quando o coágulo se desprende do local onde se formou e viaja pela corrente sanguínea. Se ele atingir os pulmões, o cérebro ou o coração, pode haver um bloqueio súbito do fluxo de sangue, resultando em:

  • Embolia pulmonar – ocorre quando o coágulo atinge os pulmões, impedindo a oxigenação adequada do sangue. É a complicação mais comum e pode ser fatal se não for tratada com urgência.
  • Acidente vascular cerebral (AVC) – quando o coágulo atinge vasos cerebrais, podendo causar danos neurológicos severos ou morte.
  • Infarto agudo do miocárdio – o coágulo bloqueia artérias coronárias, provocando um ataque cardíaco.

Como evitar uma trombose?

De acordo com o angiologista e cirurgião vascular Rodolpho Reis, não é possível prevenir completamente a TVP, mas algumas medidas podem reduzir significativamente o risco. Manter-se ativo e evitar longos períodos de imobilidade são recomendações gerais importantes. 

“Exercícios regulares, manter um peso saudável e evitar cigarro são atitudes que contribuem para a saúde vascular. Em situações específicas, como viagens longas ou após cirurgias, o uso de meias de compressão pode ser recomendado, assim como, em alguns casos, medicamentos anticoagulantes prescritos por um médico”, explica.

A trombose venosa profunda (TVP) e suas consequências estão entre as principais causas de morte cardiovascular no Brasil e no mundo
A trombose venosa profunda (TVP) e suas consequências estão entre as principais causas de morte cardiovascular no Brasil e no mundo - iStock/libre de droit

Como reconhecer os sinais de uma trombose?

  • A trombose venosa profunda costuma provocar inchaço repentino em uma das pernas, dor persistente — especialmente na panturrilha.
  • Alterações na cor da pele (como vermelhidão ou tom azulado) também podem ser notadas.
  • A sensação de calor na área afetada é outro sinal comum.
  • Para confirmar a suspeita, o exame mais indicado é o doppler venoso colorido, um tipo de ultrassonografia que identifica a presença de trombos nas veias profundas e superficiais.

Tratamento da trombose

O tratamento depende da gravidade do caso. Medicamentos anticoagulantes são o pilar da terapia, pois impedem o crescimento do trombo e a formação de novos coágulos. Em situações mais críticas, pode ser necessário o uso de trombolíticos (que dissolvem o coágulo) ou até procedimentos cirúrgicos, como a trombectomia.