Trombose: reconhecendo sintomas e sinais

Quando não tratada, esta condição pode levar a complicações graves, como embolia pulmonar ou até mesmo morte

Por Silvia Melo em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
26/11/2024 22:31

Aperna incha, a pele fica tensa e apresenta uma coloração azulada: essas queixas estão entre os sintomas graves da trombose. A trombose é uma doença que tem o risco aumentado com a idade, mas pode acontecer em pessoas jovens. Para reconhecer a tempo uma trombose e tratá-la o mais rápido possível, é importante conhecer os sinais típicos.

Mas, afinal, o que é trombose?

A trombose é uma condição caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) no interior dos vasos sanguíneos, que podem bloquear parcial ou totalmente o fluxo sanguíneo. Esses coágulos podem ocorrer em veias ou artérias, sendo mais comum a trombose venosa profunda (TVP), que afeta as veias profundas das pernas. Em casos graves, o coágulo pode se deslocar e causar embolia pulmonar, uma complicação potencialmente fatal.

Quais os sinais iniciais da trombose?

Os sintomas de trombose podem variar dependendo da localização do coágulo sanguíneo. Em geral, os primeiros sinais de trombose incluem:

  • Inchaço: o inchaço é um sinal comum de trombose. Geralmente ocorre na perna ou braço onde o coágulo se formou. O inchaço pode ser acompanhado por dor ou sensação de calor na área afetada.
  • Dor: a dor é outro sintoma comum de trombose. A dor pode ser sentida em qualquer parte do corpo onde o coágulo se formou, mas geralmente é mais intensa na perna ou braço.
  • Vermelhidão: a pele na área afetada pode ficar vermelha. Isso ocorre porque o coágulo sanguíneo impede o fluxo sanguíneo normal.
  • Sensação de calor: a sensação de calor é outro sintoma comum de trombose. A pele na área afetada pode ficar quente ao toque.
  • Cansaço: algumas pessoas com trombose podem sentir-se cansadas ou fatigadas. Isso pode ser causado pela falta de fluxo sanguíneo normal para o corpo.
A trombose, quando não tratada, pode levar a complicações graves, como embolia pulmonar ou até mesmo morte
A trombose, quando não tratada, pode levar a complicações graves, como embolia pulmonar ou até mesmo morte - Kalinovskiy/istock

Já na embolia pulmonar, que ocorre quando o coágulo se desloca até os pulmões, os sinais incluem:

  • Falta de ar súbita.
  • Dor no peito que pode se agravar ao respirar fundo.
  • Tontura ou desmaio.
  • Tosse, muitas vezes com sangue.

Quais as causas?

De acordo com o Ministério da Saúde, a trombose ocorre, geralmente, após cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e ginecológicos.

Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, homens também podem ter trombose. Em números, quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.

Como é feito o diagnóstico de trombose?

O diagnóstico de trombose é feito por meio de uma combinação de avaliação clínica, histórico médico e exames complementares.

O médico verifica sinais físicos como inchaço, dor, vermelhidão e aumento de temperatura na área suspeita. Também avalia o histórico do paciente, como episódios anteriores de trombose, e considera o uso de medicamentos e fatores de risco.

Para confirmar, podem ser solicitados alguns exames, como, por exemplo, ultrassonografia, exame de sangue, venografia, Eco Color Doppler (Ultrassom Vascular),  tomografia e ressonância magnética.

Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose deve começar imediatamente. Os objetivos são impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que seu avanço para outras regiões do corpo e, assim, evitar possíveis complicações, além de reduzir as chances de recorrência da trombose.

Como prevenir trombose?

A trombose pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida. Práticas como evitar o sedentarismo, manter uma dieta equilibrada, hidratar-se bem e movimentar-se durante viagens longas são fundamentais. Para pessoas com maior risco, o uso de medicamentos profiláticos pode ser recomendado.