Entenda por que unhas de gel estão proibidas em vários países

A substância conhecida como TPO, que permite acelerar o endurecimento rápido das unhas de gel sob luz UV, não poderá mais ser usada

05/09/2025 10:57

A União Europeia anunciou a proibição do uso de duas substâncias químicas presentes em esmaltes e vernizes em gel muito usados em manicures semipermanentes. O motivo é que esses compostos foram classificados como cancerígenos e prejudiciais à fertilidade, representando risco à saúde de profissionais e consumidoras.

Esses esmaltes ganharam popularidade por secarem rapidamente sob luz ultravioleta e oferecerem durabilidade de várias semanas sem lascar, mas agora entram em alerta por conter ingredientes tóxicos.

Quais substâncias foram banidas dos esmaltes?

  • Óxido de trifenilfosfina (TPO): usado como fotoiniciador, é o responsável por endurecer o esmalte em contato com a luz UV. Porém, pode causar irritações, alergias, danos ao DNA e está associado a tumores e problemas reprodutivos.
  • Dimetil-p-toluidina (DMTA): funciona como ativador de adesão, garantindo maior fixação do esmalte nas unhas. Entretanto, é tóxico para a pele, fígado e rins, podendo alterar a hemoglobina e comprometer o transporte de oxigênio no organismo.
Substâncias proibidas em esmaltes de unhas de gel são consideradas cancerígenas
Substâncias proibidas em esmaltes de unhas de gel são consideradas cancerígenas - Zarina Lukash/istock

Por que a decisão foi tomada?

Após anos de estudos conduzidos pelo Comitê Científico de Segurança do Consumidor (SCCS) e pela Agência Europeia dos Produtos Químicos (ECHA), foi comprovado que o uso prolongado dessas substâncias:

  • promove mutações celulares;
  • afeta a fertilidade feminina e masculina;
  • está relacionado a distúrbios menstruais e atrofia testicular;
  • pode causar baixo peso ao nascer em casos de gestação.

Embora não haja provas definitivas de câncer em humanos, os riscos observados em animais levaram as autoridades a adotar o princípio da precaução, proibindo o uso de TPO e DMTA em esmaltes.

Quem corre mais riscos?

Segundo especialistas, os maiores riscos estão para profissionais da beleza, que manipulam os produtos diariamente, inalando vapores e tendo contato direto com a pele e para as consumidoras que usam esmaltes semipermanentes com frequência, geralmente a cada duas ou três semanas.

O alerta também vale para quem tem esmaltes desse tipo em casa: é fundamental verificar o rótulo e suspender o uso se houver presença dessas substâncias.