Envelhecimento: alterações cardíacas e metabólicas após os 60 anos

Estudo revela que, após os 60 anos, o envelhecimento afeta a aptidão cardiorrespiratória e a modulação cardíaca, com impacto no metabolismo

30/12/2024 06:21

Pesquisa descobre em quais idades o corpo sofre um processo acelerado de envelhecimento
Pesquisa descobre em quais idades o corpo sofre um processo acelerado de envelhecimento - ia__64/DepositPhotos

 

Estudo realizado por pesquisadores da UFSCar revela que, após os 60 anos, mudanças significativas acontecem nos sistemas orgânicos relacionados ao envelhecimento, como a modulação autonômica cardíaca e a capacidade cardiorrespiratória.

Envelhecimento e o impacto no corpo

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) identificaram um ponto crucial no envelhecimento, que ocorre a partir dos 60 anos. O estudo realizado com 118 indivíduos saudáveis, de diferentes faixas etárias, mostrou que, além do desgaste natural do organismo com a idade, os efeitos no controle da frequência cardíaca em repouso e na aptidão cardiorrespiratória se tornam mais evidentes nesta fase da vida.

A aptidão cardiorrespiratória é essencial para o desempenho físico, pois envolve a capacidade do corpo de captar, transportar e consumir oxigênio durante atividades físicas. Com o avanço da idade, especialmente após os 60 anos, o processo de envelhecimento prejudica a eficiência desses sistemas. No entanto, o estudo também encontrou alterações no perfil metabólico dos participantes, que podem, de alguma forma, amenizar esses efeitos adversos.

Metabolismo e estratégias para minimizar os efeitos do envelhecimento

Embora o envelhecimento cause alterações no corpo, os pesquisadores observaram que certos metabólitos no sangue podem ajudar a mitigar alguns desses prejuízos. O aumento do ácido hipúrico, por exemplo, entre os 60 e 70 anos, foi associado à diversidade da microbiota intestinal e à saúde metabólica, fatores que podem atuar como um protetor contra os danos causados pelo envelhecimento.

“O aumento do ácido hipúrico pode estar ligado ao enriquecimento da microbiota intestinal, o que melhora a absorção de nutrientes. Isso contribui diretamente para uma melhor saúde geral do organismo durante o envelhecimento”, explicou Étore de Favari Signini, um dos autores do estudo.

Por outro lado, o estudo também apontou que a redução de aminoácidos essenciais, como valina, leucina e isoleucina, pode ser uma estratégia natural do corpo para se preservar, já que esses aminoácidos estão diretamente relacionados à síntese proteica. A diminuição dessa atividade anabólica pode ter implicações benéficas, evitando, por exemplo, o desenvolvimento de câncer em indivíduos mais velhos.

Metodologia do estudo

A pesquisa foi conduzida em cinco grupos etários distintos: 20-29, 30-39, 40-49, 50-59 e 60-70 anos, todos com participantes saudáveis, sem doenças pré-existentes. Foram avaliados três principais fatores: a modulação autonômica cardíaca, a aptidão cardiorrespiratória e o perfil metabólico dos indivíduos. Os testes incluíram exercícios cardiopulmonares, medição da variabilidade cardíaca e análise do sangue por metabolômica.

A importância do estudo

O estudo da UFSCar oferece uma visão integrada do envelhecimento, considerando como as mudanças no metabolismo, na função cardíaca e na aptidão cardiorrespiratória estão interconectadas. Embora o processo de envelhecimento seja gradual, os resultados destacam que é aos 60 anos que as alterações mais significativas começam a ocorrer, afetando diretamente a qualidade de vida e a saúde das pessoas mais velhas.

 

Como retardar o envelhecimento: dicas e estratégias

Pesquisas apontam que hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, atividade física regular e cuidados com a pele, podem retardar o envelhecimento. Estudos destacam também a importância do controle do estresse e do sono adequado. Essas práticas ajudam a preservar a vitalidade e aumentar a longevidade de maneira eficaz. Clique aqui para saber mais.