Escova progressiva mais ácida gera danos agressivos ao cabelo

Pesquisa constata que até o córtex – a estrutura mais interna da fibra capilar – sofre modificação

19/06/2019 11:25

Estudo testou o uso de componentes ácidos no fio do cabelo
Estudo testou o uso de componentes ácidos no fio do cabelo - Milkos/istock

Um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP apontou que alguns ingredientes usados na formulação da escova progressiva são mais ácidos que o limão, que tem pH 2. Se por um lado essa característica garante maior durabilidade do efeito liso no cabelo, por outro, causa danos ainda mais graves à fibra capilar.

De acordo com a farmacêutica Alessandra Mari Goshiyama, que pesquisou o tema na dissertação de mestrado, as fórmulas mais ácidas garantem maior brilho e alisamento pois selam mais as cutículas, estruturas externas do fio de cabelo. Porém, provoca ressecamento e a quebra do fio.

No teste de penteabilidade, em que mechas passaram por um pente com diferentes resistências, as mechas tratadas com produtos mais agressivos se tornaram mais fracas e suscetíveis à quebra, pois perderam sua elasticidade natural. “O produto forma compostos não ideais no cabelo e modifica a alfa-queratina, aminoácido essencial da fibra capilar,” explicou a pesquisadora ao Jornal da USP.

Hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização de químicos com pH 1, mas há pressão por parte da indústria para sua liberação.

Perigo do uso do formol

O uso indevido de formol, de acordo com a Anvisa, pode causar diversos males à saúde, como: irritação, coceira, queimadura, inchaço, descamação e vermelhidão do couro cabeludo, queda do cabelo, ardência dos olhos e lacrimejamento, falta de ar, tosse, dor de cabeça, ardência e coceira no nariz.

Exposições constantes podem causar boca amarga, dor de barriga, enjoo, vômito, desmaio, feridas na boca, narina e olhos e câncer nas vias aéreas superiores (nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios), podendo até levar a morte.

Para saber se um produto é registrado na Anvisa,  acesse este link.  É preciso ter em mãos uma das seguintes informações: número do processo ou número de registro, nome do produto, nome da empresa detentora ou CNPJ.