Especialista revela sinais de demência que surgem na faixa dos 30 anos
Mudanças comportamentais inesperadas podem indicar demência frontotemporal, forma rara que afeta adultos jovens
Embora a demência seja geralmente associada ao envelhecimento, especialistas alertam para uma realidade cada vez mais preocupante: alguns sinais da doença podem surgir já na faixa dos 30 anos. Um dos primeiros indícios pode ser o aumento repentino e incomum no consumo de álcool, comportamento frequentemente minimizado ou interpretado de forma equivocada.
De acordo com Paul Little, CEO da empresa de biotecnologia Vesper Bio, que desenvolve tratamentos para a demência frontotemporal (DFT), pacientes jovens costumam receber diagnósticos errados e passam anos sem o tratamento adequado.
O que é a demência frontotemporal (DFT)?
A DFT é um tipo raro de demência que afeta principalmente as regiões frontal e temporal do cérebro, áreas responsáveis pelo comportamento, personalidade, linguagem e tomada de decisões. É diferente do Alzheimer, pois os sintomas iniciais não são de perda de memória, mas sim mudanças profundas no comportamento e na forma como a pessoa interage com o mundo.
Embora a DFT seja mais comum entre pessoas de 45 a 65 anos, há registros em pacientes com apenas 29 anos.

Sinais precoces podem ser confundidos com problemas emocionais
Entre os sinais iniciais mais comuns da demência frontotemporal estão:
- Mudanças súbitas de personalidade
- Comportamento impulsivo ou imprudente
- Aumento no consumo de álcool
- Dificuldades com linguagem e comunicação
- Afastamento social e perda de empatia
- Negligência com a higiene pessoal ou tarefas do dia a dia
Esses sintomas são frequentemente confundidos com transtornos psiquiátricos, como depressão, transtorno bipolar ou até “crises existenciais”, o que atrasa o diagnóstico e impede intervenções mais assertivas.
A falta de reconhecimento da doença prejudica o acesso a tratamentos de suporte, que podem ajudar a preservar a autonomia e o bem-estar do paciente por mais tempo.
Quando procurar ajuda?
É importante ficar atento a mudanças persistentes de comportamento, especialmente quando surgem de forma repentina ou sem causa aparente. O consumo excessivo de álcool, por exemplo, pode parecer um problema isolado, mas, se vier acompanhado de alterações na linguagem, na empatia ou na tomada de decisões, deve ser avaliado por um médico.
O diagnóstico precoce não cura a DFT, mas pode melhorar a qualidade de vida, ajudar no planejamento familiar e garantir suporte adequado para o paciente e seus cuidadores.