Especialistas chamam a atenção para vício em ultraprocessados
Entenda os motivos que levaram especialistas a acender um alerta
Novo estudo publicado na conceituada revista científica British Medical Journal aponta que um em cada sete adultos e uma em cada oito crianças podem estar viciados em alimentos ultraprocessados.
Alimentos como margarinas, salgadinhos, biscoitos, frios, embutidos e outros produtos industrializados, têm sido associados a uma série de problemas de saúde.
Diante desse quadro alarmante, especialistas estão clamando por ações, incluindo o rotulamento de alguns produtos como viciantes. Entre eles, aumento do risco de câncer, ganho de peso e doenças cardiovasculares.
No Brasil e no mundo, o consumo desses alimentos não para de subir, o que deixou os pesquisadores em alerta.
O que diz o estudo sobre o vício em ultraprocessados?
Com base em uma análise abrangente de 281 estudos, originários de 36 países diferentes, estima-se que 14% dos adultos e 12% das crianças podem estar dependentes de alimentos ultraprocessados.
De acordo com os especialistas, sinais como desejos intensos, sintomas de abstinência, menor controle sobre a ingestão e uso contínuo apesar das consequências negativas, como obesidade e piora na saúde mental, são alarmantes.
Os vilões
Estudos sugerem que carboidratos e gorduras refinados, presentes em grande parte dos alimentos ultraprocessados, desencadeiam no cérebro reações semelhantes às provocadas pelo uso de substâncias viciantes como nicotina e álcool.
A rapidez com que estes alimentos fornecem carboidratos e gorduras ao intestino também pode contribuir para o seu “potencial viciante”.
Aditivos alimentares preocupam especialistas
Esses elementos podem potencializar os efeitos das calorias no intestino, tornando-se “poderosos reforçadores” de comportamentos de vício. Vale ressaltar, contudo, que nem todos os alimentos apresentam um potencial viciante. Os pesquisadores apontam que mais estudos são necessários para compreender como os ultraprocessados desencadeiam uma resposta de vício.
O que é certo é que os alimentos ricos em carboidratos e gorduras refinadas tendem a ser “consumidos em padrões de dependência”, resultando em prejuízos à saúde.