A todo momento vemos despontar novos alimentos e ativos que indicam ter tantos benefícios para a saúde que logo caem no gosto popular.

O óleo de coco, um dos coringas eleitos em dietas, gera controvérsias a ponto da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) ter se pronunciado sobre o ingrediente na semana passada, contestando o uso do produto.

Segundo nota publicada em seu site, a Abran resolveu dar seu posicionamento ao perceber que o produto vinha sendo divulgado como auxiliar na prevenção a doenças crônicas, neuro-degenerativas, obesidade, dislipidemia e por ter propriedades antimicrobianas.

Comunicados visam esclarecer mitos e alertar sobre prejuízos do uso do produto. - Getty Images/iStockphoto

“Seus benefícios ainda são controversos entre a comunidade médica e não representam uma unanimidade entre os especialistas”, segundo a nutricionista Melissa Ganam Antoun Guedes afirma ao Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso) também já publicaram comunicado a respeito, indicando que não há evidência que o composto ajude no emagrecimento, além de conter forte concentração de ácidos graxos saturados, o que é prejudicial à saúde.

Essas entidades indicam ainda evitar o uso do produto para cozinhar e aconselham que é preferível para a redução de risco cardiovasculares usar óleos vegetais com gorduras insaturadas como linhaça, canola, soja e oliva, sempre com moderação.

Considerando a ausência de estudos maiores sobre o consumo do óleo de coco, bem como a associação do consumo de ácidos graxos saturados e o aumento de risco de doenças cardiovasculares, a Abran recomenda que o óleo de coco:

Não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento da obesidade;
Não deve ser prescrito na prevenção ou no tratamento de doenças neuro-degenerativas;
Não deve ser prescrito como nutriente antimicrobiano;
Não deve ser prescrito como imunomodulador.

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