Este fator, segundo especialistas, pode ser a principal causa do Parkinson

Descoberta representa um avanço significativo no estudo sobre a doença

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica Generalista - CRMGO 33271)
14/09/2024 18:31

Estudos realizados pela Universidade de Copenhague revelam possível fator para a causa do Parkinson – Vonschonertagen/DepositPhotos
Estudos realizados pela Universidade de Copenhague revelam possível fator para a causa do Parkinson – Vonschonertagen/DepositPhotos - Vonschonertagen/DepositPhotos

Em meio a milhões de casos em todo o mundo, o Parkinson, conhecido por sua ação debilitante que afeta gradualmente o cérebro, é alvo constante de estudos no campo da medicina.

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Copenhague identificaram uma possível causa da doença, o que pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos tratamentos, ainda inexistentes para essa condição.

Evidências científicas indicam que as mitocôndrias, responsáveis por converter energia e fornecer combustível para as células, desempenham um papel crucial nesse processo. Diferente de outras partes do corpo, as mitocôndrias possuem seu próprio material genético, o DNA mitocondrial.

O que pode causar o Parkinson? 

Ou seja, em termos práticos, o que os especialistas sugerem é que a disseminação de DNA mitocondrial danificado está diretamente associada aos sintomas do Parkinson e sua progressão para demência. Essa descoberta foi possível através de estudos realizados em cérebros humanos e de ratos.

Os resultados revelaram que o dano mitocondrial se espalha nas células cerebrais que apresentam defeitos nos genes responsáveis pela resposta antiviral.

A próxima fase da pesquisa buscou entender por que esses danos ocorrem e como contribuem para a doença. A descoberta representa um avanço significativo na compreensão da progressão do Parkinson, trazendo esperanças para o desenvolvimento de novos tratamentos.

O que é Parkinson?

O Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica que afeta a coordenação motora e afeta mais de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo.

A condição surge pela degeneração das células nervosas em uma área específica do cérebro, chamada substância negra, o que reduz drasticamente a produção de dopamina, neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.

Entre os sintomas mais comuns estão:

  • Tremores involuntários, geralmente nas mãos, braços, pernas ou rosto;
  • Rigidez muscular, que dificulta os movimentos, podendo afetar a postura e a mobilidade;
  • Bradicinesia, caracterizada pela lentidão dos movimentos e dificuldade em iniciá-los;
  • Instabilidade postural, que aumenta o risco de quedas devido à perda de equilíbrio;
  • Alterações na marcha, como passos curtos, arrastar dos pés e dificuldade para iniciar ou parar o movimento;
  • Alterações na fala, com voz monótona ou fraca, além de dificuldades para articular palavras de forma clara.

Tratamento

Embora ainda não exista uma cura para o Parkinson, tratamentos podem aliviar os sintomas. Esses incluem medicamentos, fisioterapia, terapia ocupacional e, em alguns casos, cirurgia para controlar os sintomas motores mais severos. O acompanhamento contínuo com um neurologista é essencial para monitorar o avanço da doença e ajustar o tratamento conforme necessário.