Descoberto medicamento que pode retardar avanço do Parkinson

Estudo aponta que um medicamento para diabetes mostra potencial para retardar progressão do Parkinson; entenda

Um estudo recente, realizado por uma renomada equipe de pesquisadores franceses, revela que um medicamento comumente utilizado no tratamento do diabetes tipo 2 pode ter um novo propósito: combater o avanço da doença de Parkinson.

O desdobramento do estudo foi meticulosamente analisado e os resultados, divulgados na New England Journal of Medicine, fornecem um vislumbre de otimismo no combate ao Parkinson.

Medicamento para diabetes mostra potencial contra o Parkinson
Créditos: iStock/Alexey Koza
Medicamento para diabetes mostra potencial contra o Parkinson

Como retardar a progressão do Parkinson?

No teste clínico, a lixisenatida, uma droga destinada ao controle da diabetes, acabou sendo observada como uma aliada para retardar o avanço do Parkinson.

Isso porque, após um ano de estudo, os participantes que usaram a lixisenatida não tinham nenhuma progressão de problemas motores e os outros que tomavam o placebo mostraram piora dos sintomas, como rigidez e dificuldade de locomoção.

Como os cientistas realizaram o estudo?

A pesquisa envolveu 156 participantes diagnosticados com a doença neurodegenerativa há menos de três anos e que ainda não apresentavam complicações motoras significativas.

Divididos de forma aleatória em dois grupos, metade deles foi submetida ao uso contínuo da medicação antidiabética lixisenatida, além do tratamento padrão para o Parkinson, enquanto a outra metade recebeu um placebo.

Como a lixisenatida atua sobre o parkinson?

A lixisenatida, ao ser administrada diariamente por meio de injeção aos pacientes participantes, mostrou não apenas reduzir os sintomas motores característicos do Parkinson, como também sugeriu uma proteção do cérebro contra a perda de neurônios, um dos marcos devastadores da doença.

Contudo, é importante mencionar que o estudo não esteve livre de efeitos colaterais, com relatos de náuseas por 46% dos pacientes tratados com a medicação e vômitos em 13% dos casos.

Quais são os próximos passos do estudo?

De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo, embora os resultados sejam promissores, são necessários mais ensaios clínicos que sejam de maior duração e abrangência. Isso para confirmar os efeitos benéficos e a segurança da lixisenatida no tratamento do Parkinson.

A equipe de cientistas, baseada em Toulouse, planeja dar continuidade à pesquisa, investigando mais a fundo o potencial da droga e seus benefícios a longo prazo para os afetados pela doença.

Afinal, quais os sinais de Parkinson antes dos tremores?

  • A disfunção olfativa persiste ao longo do tempo e não parece variar com a terapia farmacológica;
  • Algumas pessoas podem apresentar visão embaçada, dificuldade em focar os olhos ou até mesmo alucinações visuais;
  • Distúrbios do sono, 40% dos pacientes sofreram de distúrbios do sono durante anos antes do início da doença;
  • Necessidade de urinar com frequência e até mesmo durante a noite;
  • A constipação pode ser um dos primeiros sintomas da doença. A constipação relacionada ao Parkinson costuma ser acompanhada por uma sensação de saciedade, mesmo que você tenha feito uma refeição leve;
  • Dificuldade para escrever, com caligrafia ilegível. A letra fica cada vez menor;
  • Dificuldade em mover o braço ao caminhar. Pode acontecer de a pessoa não conseguir mais estender o braço ao tentar pegar um livro na estante e sem sentir dor;
  • Problemas de deglutição;
  • Rigidez de expressão facial devido à perda de dopamina, os músculos faciais podem ficar rígidos e causar falta de expressão e olhos arregalados;
  • Estado depressivo pode surgir muitos anos antes do diagnóstico.