Estes são os efeitos da insônia no corpo, segundo Harvard

Cerca de 46% da população brasileira sofre de insônia

Por André Nicolau em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica Generalista - CRMGO 33271)
14/09/2024 22:57

Dados coletados pela Associação Brasileira do Sono (ABS), mostram que em média 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono. Entenda os efeitos da insônia – yanyong/istock
Dados coletados pela Associação Brasileira do Sono (ABS), mostram que em média 73 milhões de brasileiros sofrem com distúrbios do sono. Entenda os efeitos da insônia – yanyong/istock - yanyong/istock

Um estudo revelador da prestigiosa Universidade de Harvard aponta para uma conexão preocupante entre a insônia — definida como menos de oito horas de sono por noite — e um risco elevado de obesidade, afetando tanto adultos quanto crianças.

No Brasil, a situação é alarmante: dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO) mostram um aumento de 72% na taxa de obesidade em apenas 13 anos. Esse fenômeno é especialmente relevante no contexto global, onde a obesidade se torna cada vez mais comum.

Mas como a falta de sono contribui para o ganho de peso? A resposta reside em vários mecanismos biológicos. A privação de sono pode elevar os níveis de grelina, o hormônio que estimula o apetite, e diminuir a leptina, que promove a saciedade.

Esse desequilíbrio hormonal frequentemente resulta em um aumento na ingestão calórica. Além disso, aqueles que sofrem de insônia costumam buscar alimentos mais calóricos e açucarados, intensificando ainda mais o risco de obesidade.

Efeitos da insônia: Estudos de longo prazo reforçam essas preocupações

Uma pesquisa no Reino Unido acompanhou mais de 8 mil crianças e descobriu que aquelas que dormiam menos de 10 horas e meia por noite aos três anos tinham 45% mais chances de desenvolver obesidade aos sete anos.

Da mesma forma, um estudo na Nova Zelândia que acompanhou 1.037 indivíduos desde o nascimento até os 32 anos revelou que crianças com padrões de sono reduzidos tinham 50% mais chances de se tornarem obesas na vida adulta.

Outro estudo, o Nurses’ Health Study, que seguiu 68 mil mulheres americanas de meia-idade por 16 anos, revelou que aquelas que dormiam cinco horas ou menos por noite tinham 15% mais chances de desenvolver obesidade comparadas às que dormiam cerca de sete horas.

Esses dados destacam a importância de adotar hábitos de sono saudáveis para combater a obesidade.

5 dicas para melhorar a qualidade do sono e reduzir o risco de insônia 

  1. Estabeleça uma rotina de sono: Vá para a cama e acorde sempre no mesmo horário, mesmo nos finais de semana, para regular o ciclo circadiano.
  2. Crie um ambiente favorável ao sono: Mantenha o quarto escuro, silencioso e fresco, utilizando cortinas blackout, tampões de ouvido e ajustando a temperatura.
  3. Evite estimulantes antes de dormir: Reduza o consumo de cafeína, álcool e nicotina nas horas que antecedem o sono, pois essas substâncias podem interferir na qualidade do sono.
  4. Limite a exposição a telas eletrônicas: Desconecte-se de dispositivos como smartphones, tablets e computadores pelo menos uma hora antes de dormir, já que a luz azul emitida por esses aparelhos pode prejudicar a produção de melatonina, o hormônio do sono.
  5. Pratique relaxamento: Experimente técnicas como meditação, yoga ou leitura tranquila para acalmar a mente antes de dormir.

Se, apesar dessas estratégias, a insônia persistir, é fundamental procurar orientação médica para investigar possíveis causas subjacentes e encontrar soluções adequadas.