Estudo antecipa sintomas de demência 9 anos antes do diagnóstico

Dados da OMS estimam que, em todo o mundo, aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem com algum grau de demência.

Apesar dos avanços da ciência nos últimos anos, ainda são poucos os tratamentos eficazes para a demência – iStock/Getty Images
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Apesar dos avanços da ciência nos últimos anos, ainda são poucos os tratamentos eficazes para a demência – iStock/Getty Images

Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que, em todo o mundo, aproximadamente 50 milhões de pessoas sofrem com algum grau de demência.

Em meio à busca de respostas sobre a doença, cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, chegaram a  uma animadora conclusão quanto ao tema. Segundo o estudo, pode ser possível detectar demência nove anos antes de os pacientes receberem um diagnóstico oficial. O estudo foi publicado na revista científica Alzheimer & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association.

De acordo com as evidências obtidas na pesquisa, algumas pessoas que desenvolvem a doença de Alzheimer tendem a apresentar problemas de memória e pensamento anos antes. Essas pessoas apresentavam principalmente dificuldades na solução de problemas e a lembrança de números específicos.

Nol Swaddiwudhipong, um dos autores do estudo, detalha o processo adotado durante o estudo. “Quando analisamos as histórias dos pacientes, ficou claro que eles estavam apresentando algum comprometimento cognitivo vários anos antes de seus sintomas se tornarem óbvios o suficiente para levar a um diagnóstico. As deficiências eram muitas vezes sutis, mas em vários aspectos da cognição”, disse.

Não por acaso, a descoberta é considerada um importante avanço no tratamento da doença, uma vez que ajuda especialistas a rastrear pessoas que correm maior risco da doença: adultos com mais de 50 anos, que têm pressão alta ou um estilo de vida sedentário, além de intervir em um estágio inicial, ajudando a reduzir o risco de demência.

Como foi feito o estudo?

Os pesquisadores coletaram dados de uma série de testes, incluindo resolução de problemas, memória, tempo de reação, bem como dados sobre perda e ganho de peso e número de quedas.

Com base nesses dados, os pesquisadores investigavam a existência de algum sinal presente, quando as medições foram coletadas pela primeira vez entre cinco e nove anos antes do diagnóstico.

O que se concluiu?

A principal evidência estipulada pelo estudo mostra que, pessoas que desenvolveram a doença de Alzheimer, tiveram uma pontuação mais baixa em comparação com indivíduos saudáveis ​​quando se tratava de tarefas de resolução de problemas, tempos de reação, lembrar listas de números e memória. De acordo com o estudo, essas pessoas também eram mais propensas do que os adultos saudáveis ​​a sofrer uma queda nos 12 meses anteriores.

“As pessoas não devem se preocupar indevidamente se, por exemplo, não forem boas em lembrar números. Mesmo alguns indivíduos saudáveis ​​irão naturalmente pontuar melhor ou pior do que seus pares. Mas nós encorajamos qualquer pessoa que tenha alguma preocupação ou perceba que sua memória ou lembrança está piorando a falar com seu médico”, disse um dos autores do estudo, Dr. Timothy Rittman, do Departamento de Neurociências Clínicas de Cambridge.

Tratamento para demência

Apesar dos avanços da ciência nos últimos anos, ainda são poucos os tratamentos eficazes para a demência. Especialistas dizem que isso ocorre em parte porque a condição geralmente é diagnosticada apenas quando os sintomas aparecem, enquanto o problema pode ter começado anos ou até décadas antes.

Isso significa que, no momento em que os pacientes participam de ensaios clínicos, já pode ser tarde demais para a doença alterar seu curso.