Estudo aponta causa importante de casos de câncer colorretal
Após analisar microbioma de adultos jovens, pesquisadores descobriram o que pode estar por trás do aumento de casos da doença
As taxas de câncer colorretal têm crescido de forma preocupante entre adultos jovens, e a causa desse aumento tem sido um enigma médico. No entanto, um estudo recente da Cleveland Clinic, nos EUA, sugere que a dieta desempenha um papel importante nesse cenário.
Analisando os microbiomas de adultos com 60 anos ou menos que foram diagnosticados com câncer colorretal, os pesquisadores descobriram níveis elevados de metabólitos, que são moléculas derivadas da dieta.
Esses metabólitos, frequentemente associados ao câncer colorretal, provêm principalmente do consumo de carne vermelha e processada.
Detalhes do estudo
Os pesquisadores criaram um algoritmo de inteligência artificial para examinar uma ampla gama de conjuntos de dados em estudos publicados para determinar quais fatores contribuíram mais para o risco de câncer colorretal.
Uma área importante a ser explorada foi o microbioma intestinal. Pesquisas anteriores mostraram diferenças significativas na composição intestinal entre adultos mais jovens e mais velhos com câncer colorretal.
Os jovens apresentaram níveis mais altos de metabólitos relacionados à arginina e ao ciclo da ureia, possivelmente devido ao consumo excessivo de carne vermelha e alimentos processados.
Os autores sugerem que reduzir o consumo desses alimentos pode diminuir o risco de câncer colorretal.
No futuro, testes que identificam metabólitos específicos podem ajudar no monitoramento.
No lado da pesquisa, os autores planejam testar se dietas ou medicamentos específicos envolvidos na regulação da produção de arginina e do ciclo da ureia podem ajudar a prevenir ou tratar o câncer colorretal em adultos jovens.
Metodologia do estudo
Os pesquisadores coletaram amostras de sangue e tecido de 64 pessoas com câncer colorretal, dividindo-as em dois grupos: 20 pacientes com a doença de início precoce (diagnosticados aos 50 anos ou menos) e 44 com câncer de início médio (diagnosticados aos 60 anos ou mais).
Eles também incluíram um grupo de controle de 49 pessoas sem câncer.
Eles analisaram essas amostras de duas maneiras:
- Metabolômica: eles analisaram mais de 400 metabólitos (pequenas moléculas) no sangue usando uma técnica chamada cromatografia gasosa-espectrometria de massa.
- Análise do microbioma: eles examinaram as comunidades bacterianas no tecido tumoral usando sequenciamento de DNA.
Os pesquisadores então usaram métodos estatísticos avançados e aprendizado de máquina para identificar diferenças em metabólitos e bactérias entre o câncer de início precoce e o de início médio.
Eles também procuraram correlações entre metabólitos e bactérias específicos e construíram modelos que pudessem distinguir entre os dois tipos com base nesses perfis.
Resultados principais
Os perfis de metabólitos no sangue foram mais eficazes para diferenciar entre câncer de início precoce e de início médio do que os perfis bacterianos dos tumores.
Pesquisadores identificaram que o glicerol e a pseudouridina eram mais abundantes no câncer de início médio, enquanto bactérias como Parasutterella e Ruminococcaceae eram mais comuns no início precoce.
Limitações do estudo
O estudo incluiu apenas 64 pacientes com câncer colorretal, o que limita seu poder estatístico e generalização.
Além disso, as amostras foram coletadas após o diagnóstico do câncer, então não está claro se as diferenças observadas causaram o câncer ou resultaram dele.
Quais os sintomas de câncer colorretal?
- Sangue nas fezes;
- Ir mais ou ir menos ao banheiro sem causa aparente;
- Alteração na forma das fezes;
- Cólica abdominal.
Em estágios mais avançados, a doença pode provocar anemia, perda de apetite, emagrecimento e cansaço.
Quais os fatores de risco para o câncer colorretal?
- Idade: o risco aumenta significativamente após os 50 anos.
- Histórico familiar: ter parentes próximos com câncer colorretal eleva o risco.
- Doenças inflamatórias intestinais: condições como colite ulcerativa e doença de Crohn aumentam o risco.
- Dieta pobre: alto consumo de carne vermelha e processada e baixa ingestão de fibras.
- Sedentarismo
- Obesidade.
- Consumo de álcool e tabagismo.
- Diabetes Tipo 2.